Economia

Pagar impostos antes de receber pelas vendas prejudica empresas

Pesquisa feita pela CNI mostrou que os empresários defendem que o pagamento de tributos aconteça junto com o recebimento das vendas

A CNI defende que a cobrança dos impostos seja ampliada para coincidir com o recebimento das vendas (Sean Gallup/Getty Images)

A CNI defende que a cobrança dos impostos seja ampliada para coincidir com o recebimento das vendas (Sean Gallup/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2011 às 18h30.

Brasília – Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que os empresários querem a ampliação do prazo para pagamento dos impostos e contribuições de modo a coincidir com o recebimento das vendas. Eles alegam que, na maioria das vezes, o recebimento vem depois do recolhimento tributário. A pesquisa foi feita com 594 empresas, de 20 a 28 de junho.

Divulgada hoje (29), a consulta empresarial verificou que 41,1% das indústrias consultadas têm fluxo de caixa afetado por pagamentos de impostos antes do recebimento das vendas. Enquanto as contribuições previdenciárias e a do financiamento do seguro social (Cofins) e o Programa de Integração Social (PIS) têm prazo máximo de 40 dias para recolhimento, o recebimento das vendas é superior a 45 dias.

A pesquisa da CNI revela que só 22,4% das empresas recebem pela vendas em até 30 dias, e 33,5% delas afirmaram receber entre 31 e 45 dias. Além disso, 60,3% dos empresários disseram que os impostos consomem mais de 20% do faturamento. De acordo com o economista Mário Sérgio Carraro, da CNI, esse peso financeiro reforça a necessidade de os governos adaptarem o recolhimento dos impostos, no mínimo, ao mesmo prazo que as indústrias recebem pelas vendas.

Para 53,1% dos entrevistados, a tributação que mais afeta o fluxo de caixa é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos estados e pelo Distrito Federal, que tem prazo menor para recolhimento e é o de maior peso na carga tributária. Os últimos dados da Receita Federal do Brasil (RFB), de 2009, mostram que a arrecadação do ICMS representou 7,13% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele ano e correspondeu a 21% da arrecadação total do país.

Segundo Carraro, os prazos de pagamento dos impostos afetam, de forma diferente, empresas de todos os portes, mas as mais prejudicadas são as de pequeno e médio porte. “No caso das grandes empresas, apesar do percentual maior das que recebem pelas vendas após 45 dias, elas tendem a ter financiamento mais barato e fácil do que as médias e pequenas”, acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaImpostosLeão

Mais de Economia

Tesla alerta governo Trump sobre "impacto desproporcional" com guerra tarifária

Congresso altera regras para emendas, mas texto abre brechas para omissão da autoria de indicações

China reage a tarifas de 25% sobre aço e alumínio impostas pelos EUA

O preço das tarifas de Trump: setores de aço e alumínio podem perder até US$ 2,9 bi