Economia

Padilha: notícia de meta de déficit de R$ 170 bi é especulação

O ministro-chefe da Casa Civil tem se alinhado à equipe econômica do governo em torno da necessidade de sinalizar compromisso com o ajuste fiscal

Eliseu Padilha: "Ninguém trouxe tal valor à discussão nas reuniões de governo" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eliseu Padilha: "Ninguém trouxe tal valor à discussão nas reuniões de governo" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 19h51.

Última atualização em 14 de agosto de 2017 às 19h53.

Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, usou seu perfil no Twitter para negar que as metas fiscais de 2017 e de 2018 serão de déficit de R$ 170 bilhões.

Em meio à pressão de políticos por um rombo que permita ampliação de despesas neste e no próximo ano, Padilha tem se alinhado à equipe econômica em torno da necessidade de sinalizar compromisso com o ajuste fiscal.

"É especulação a notícia de meta fiscal para 2017 e 2018 de (déficit de) R$ 170 bilhões. Ninguém trouxe tal valor à discussão nas reuniões de governo", escreveu Padilha.

Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, as investidas dos líderes políticos contra o presidente Michel Temer aumentaram na tentativa de emplacar um rombo ainda maior para este e o próximo ano.

O presidente incluiu os parlamentares no debate com a intenção de facilitar o caminho para a aprovação de medidas necessárias para o equilíbrio das contas, mas a decisão teve efeito inverso e ampliou as resistências.

Diante da pressão, Temer passou a cobrar da equipe econômica novos cálculos e previsões de receitas.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apresentou um cardápio de medidas que poderiam ser tomadas, mas os líderes rechaçam toda possibilidade de aumento de impostos. Sobraram apenas receitas extraordinárias, que são consideradas mais incertas.

A inclusão dos líderes contribuiu para acirrar o debate, já que os interesses são diversos. Enquanto a equipe econômica pretende manter o compromisso com o ajuste fiscal, tentando reduzir o rombo ano a ano, o Congresso Nacional rejeita a ideia de aumento de tributos e ainda quer ampliar despesas tanto em 2017 quanto em 2018, quando haverá eleições.

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