Economia

Pacote deve incluir extensão da malha da Rumo, diz fonte

Primeiro pacote de concessões em logística do governo Temer deverá incluir a renovação do contrato da malha ferroviária paulista da Rumo (ex-ALL), diz fonte


	Rumo All: renovação do contrato da Rumo deve envolver investimentos de cerca de R$ 5 bilhões, diz fonte
 (Divulgação / EXAME)

Rumo All: renovação do contrato da Rumo deve envolver investimentos de cerca de R$ 5 bilhões, diz fonte (Divulgação / EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2016 às 17h36.

Brasília - O primeiro pacote de concessões em logística do governo do presidente interino Michel Temer, que deve ser anunciado no mês que vem, deverá incluir a renovação do contrato da malha ferroviária paulista da Rumo (ex-ALL), cuja concessão vence em 2028, disse à Reuters nesta segunda-feira uma fonte do governo a par do assunto.

Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, a renovação do contrato da Rumo deve envolver investimentos de cerca de 5 bilhões de reais para a construção de pátios, duplicações, contornos e travessias urbanas, com a prorrogação da concessão por um prazo que ainda não foi definido, mas que pode chegar a 30 anos.

A malha paulista da Rumo é estratégica, porque se estende do Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, até o Porto de Santos, principal saída de commodities agrícolas do país.

A renovação do contrato da malha paulista da Rumo deve fazer parte do primeiro pacote de concessões do novo governo, que será anunciado no início de julho, após ser discutido e referendado pelo conselho do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), em reunião presidida pelo próprio Temer.

O pacote deverá incluir a concessão de quatro aeroportos, os mesmos cujo processo já vinha sendo tocado pela presidente afastada Dilma Rousseff: Fortaleza (CE), Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).

Além disso, devem ser oferecidas as concessões de dois trechos de rodovias já existentes, os 437 quilômetros das BRs 364 e 365 entre Goiás e Minas Gerais e os 976 quilômetros BR-163 no Mato Grosso e Pará.

Será ainda anunciado o aditivo contratual para a Nova Dutra, acordo que vem sendo negociado há anos entre o governo e a concessionária da rodovia, a CCR.

Segundo a fonte, o aditivo deve prever investimentos adicionais de cerca de 2,5 bilhões de reais, sendo a principal obra a construção de uma nova pista na Serra das Araras (RJ).

Como compensação, a concessão, prevista para ser encerrada em 2021, deve ser prorrogada por um prazo de 7 a 12 anos.

Na área de ferrovias, além da renovação do contrato da malha paulista da Rumo, o pacote deve incluir a licitação de um trecho ferroviário novo, a ser construído pelo vencedor da concessão, entre a região de Sinop, no Mato Grosso, até Miritituba, no Pará.

Conhecida no mercado como "Ferrogrão", essa futura ferrovia, que demandará cerca de 9 bilhões de reais para sair do papel, levará parte da produção agrícola do Centro-Oeste até o porto de Miritituba, na hidrovia do Tapajós.

O leilão de ferrovia "greenfield", ou seja, ainda a ser construída, foi um desafio que o governo da presidente afastada Dilma Rousseff não conseguiu cumprir, por serem as ferrovias investimentos que demandam mais recursos e que implicam em mais riscos.

O primeiro pacote de Temer no setor deve ainda incluir trechos já construídos da Ferrovia Norte-Sul, unificados em um único lote de concessão. A ideia, ainda em estudo, é transferir esses trechos ao setor privado, dando ao investidor a opção de construir um ramal novo da ferrovia em sua parte Norte, conectando Açailândia (MA) a Barcarena (PA).

Na área de portos, devem ser lançadas as licitações de dois terminais de passageiros, um em Recife (PE) e outro em Fortaleza (CE).

A expectativa do governo, segundo essa fonte, é lançar todos os editais até o fim do ano. "Os editais devem sair esse ano, mas os leilões podem ficar para o ano que vem, já que estamos ampliando para 90 dias o prazo entre o lançamento dos editais e a realização dos leilões", disse.

Até então, o prazo entre edital e leilão em concessões era de 30 a 45 dias. O aumento para 90 dias atende a pleito dos investidores, que vinham pedindo mais tempo para analisar os documentos.

Acompanhe tudo sobre:ConcessõesInfraestruturaLogísticaMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPrivatizaçãoRumo ALL

Mais de Economia

Temos um espaço muito menor para errar, diz Funchal sobre trajetória da dívida pública

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil recairá sobre grandes empresas, diz Rodrigo Maia

A crescente força das gerações prateadas no Brasil

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje