Economia

Oxfam pede eliminação de leis que discriminam mulher na economia

Em Davos, a diretora da Oxfam afirmou que o abuso contra as mulheres no lar e no trabalho "não é um acidente"

Davos: "Há pelo menos 155 países que têm pelo menos uma lei que discrimina a mulher na economia" (Denis Balibouse/Reuters)

Davos: "Há pelo menos 155 países que têm pelo menos uma lei que discrimina a mulher na economia" (Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 16h27.

Davos - A diretora-executiva da Oxfam International, Winnie Byanyima, disse nesta terça-feira que, para lutar contra o assédio sexual, é preciso eliminar todas as leis que discriminam as mulheres na economia, pois ainda há 155 países com pelo menos uma legislação que as marginaliza neste âmbito.

Durante um debate no Fórum de Davos sobre "Gênero, poder e a luta contra o assédio sexual", Bayanyima afirmou que o abuso contra as mulheres no lar e no trabalho "não é um acidente", porque existem "normas sociais que justificam sua exploração econômica".

"Temos que fazer frente à desigualdade econômica para pôr fim à violência sexual", ressaltou, acrescentando que, para isso, é necessário eliminar todas as leis que discriminam as mulheres na economia.

"Há pelo menos 155 países que têm pelo menos uma lei que discrimina a mulher na economia", segundo organizações internacionais econômicas, destacou.

Além disso, é preciso fazer frente a atitudes que, em sua opinião, justificam o assédio sexual no trabalho e nisso o setor privado tem "um importante papel a desempenhar", quanto à cultura empresarial ou como anuncia seus serviços e bens, por exemplo.

Por sua parte, a vice-presidente executiva e responsável de desenvolvimento de negócio da Microsoft, Peggy Johnson, explicou como essa multinacional eliminou a "mediação forçada" interna em casos de denúncias de assédio sexual e apoiou, como primeira empresa da lista "Fortune 100", a elaboração de uma legislação neste sentido.

Johnson admitiu que ela mesma, à medida que foi escalando posições no mundo trabalhista, sofreu menos assédio e opinou que "algo está mudando lentamente" na sociedade.

Emocionada, ressaltou que muitas mulheres de agora, como sua filha de 25 anos, já não toleram atitudes machistas ou abusivas dos homens, quando há pouco tempo muitas das suas mães, inclusive ela, riam "porque pensávamos que tínhamos que rir".

Já a presidente e diretora-executiva do Advertising Council, Lisa Sherman, que lançou a campanha #ThatsHarassment (Isto é assédio) através de seis curtas que refletem casos de assédio sexual no local de trabalho baseados em fatos reais, opinou que "não há uma varinha mágica" para solucionar este problema e destacou a importância da noção de prestação de contas e liderança.

Nesse sentido, descreveu como ela não se atreveu a admitir que era homossexual por medo que pudesse "prejudicar" sua carreira.

"Quando finalmente tive a valentia, me impressionou como me sentia livre, que era mais criativa e mais audaz no meu trabalho como executiva", relatou.

Por sua parte, a ministra para Mulheres do Canadá, Maryam Monsef, explicou a estratégia do governo de Justin Trudeau para prevenir o assédio sexual e a violência doméstica, apoiar às vítimas destes crimes e suas famílias e assegurar que possam buscar justiça por meio de um processo que não lhes estigmatize ainda mais.

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