Economia

Otan afirma sair fortalecida de cúpula após abordar diferenças com Trump

Apesar das críticas de Trump, o secretário-geral da Otan afirmou que depois de anos de corte, os aliados estão aumentando seus esforços

Trump chegou afirmar que os aliados concordaram em dobrar os esforços em segurança (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump chegou afirmar que os aliados concordaram em dobrar os esforços em segurança (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de julho de 2018 às 15h12.

Bruxelas - Os líderes da Otan concluíram nesta quinta-feira uma cúpula de dois dias marcada pelos desacordos dos aliados com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em assuntos como a repartição de responsabilidade na Aliança, com a mensagem que a organização sai fortalecida e comprometida com a despesa militar.

"Todos os aliados acordaram redobrar seus esforços. E isto fará da Otan mais forte (...) Todos os aliados estão comprometidos com a Otan. E apesar das nossas diferenças, estamos fazendo mais juntos por nossa segurança", afirmou diante da imprensa o secretário-geral aliado, Jens Stoltenberg, ao término da reunião.

Esta segunda reunião de líderes aliados na qual Trump participou desde que é presidente dos EUA foi precedida dos "desacordos" com os europeus e o Canadá em áreas como o comércio e a mudança climática, como lembrou Stoltenberg, o que não lhes impediu de encerrar uma cúpula que tachou de "sucesso" e na qual alcançaram fechar decisões.

Nesta ocasião, o político norueguês indicou que os países captaram "claramente" a mensagem na qual Trump insistiu desde que aterrissou em Bruxelas que os Estados Unidos estão pagando muito pela segurança dos europeus, e que agora corresponde a estes e ao Canadá cumprir "imediatamente", como chegou a dizer, com a meta de investir 2% do PIB em Defesa para 2024.

"Após anos de declive, quando os Aliados cortavam bilhões, agora estão acrescentando bilhões" à despesa em Defesa, destacou Stoltenberg, 41 mil desde que Trump chegou ao poder em janeiro de 2017.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, lembrou durante a cúpula que seu país já que cumpre com o objetivo de 2%, algo que segundo a Otan alcançará um total de oito aliados este ano, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu a "transformação" da Aliança nos últimos anos e a necessidade de "ter uma Otan crível para a nossa defesa coletiva".

A chanceler alemã, Angela Merkel, alvo das críticas de Trump por não chegar a 2% apesar de ter o maior PIB da Europa, também confirmou depois de se reunir bilateralmente com o líder americano que são "bons parceiros".

Após uma discussão "franca" sobre a repartição da carga, os chefes de Estado e de Governo da Aliança desenvolveram medidas para seguir apoaindo a defesa coletiva.

Reunidos hoje com os parceiros na missão aliada no Afeganistão para o apoio e assessoria das forças de segurança do país, os líderes da Otan acordaram manter a presença no país para tentar manter distantes os grupos terroristas "até que as condições indiquem que uma mudança é apropriada".

Além disso, decidiram ampliar o financiamento concedido às tropas afegãs até 2024, com ideia de potencializar suas forças especiais e as forças aéreas e potencializar academias militares.

Os líderes expressaram igualmente a "sólida proposta pela paz" do presidente afegão, Ashraf Ghani, e seu "compromisso contínuo" em "criar as condições para uma paz duradoura e a reconciliação" do país, indicou Stoltenberg.

Este segundo dia de cúpula também serviu para abordar com os presidentes da Geórgia, Gueorgui Margvelashvili, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, "preocupações comuns" como as "ameaças da Rússia à soberania e integridade territoriais".

Sobre a Geórgia, cujas reformas no âmbito da Defesa e contribuições à missão no Afeganistão foram reconhecidas, acordaram "seguir trabalhando para preparar" acesso à Aliança.

No que se refere à Ucrânia, os líderes reafirmaram a postura de apoiar as aspirações de Minsk de se unir à Aliança.

Os aliados discutiram durante o jantar de trabalho de quarta-feira os principais desafios globais, como a situação no Oriente Médio, no Norte da África e na Coreia do Norte, assim como por causa do comportamento mais "assertivo" da Rússia.

Stoltenberg disse hoje que os aliados mantêm um "duplo enfoque" para Moscou de "defesa e diálogo", e que "seguimos aspirando uma relação construtiva quando as ações da Rússia façam possível".

A Aliança mantém suspensa sua cooperação prática com Moscou por causa do envolvimento da Rússia na crise separatista do leste ucraniano.

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