Economia

Os bilhões do coronavírus: dinheiro novo, linha de crédito e menos imposto

Paulo Guedes fala que incentivos para o combate ao novo coronavírus chegam a mais de 700 bilhões de reais no Brasil

Guedes e Bolsonaro: medidas anunciadas pelo governo se misturam entre várias modalidades (Adriano Machado/Reuters)

Guedes e Bolsonaro: medidas anunciadas pelo governo se misturam entre várias modalidades (Adriano Machado/Reuters)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 11 de abril de 2020 às 08h30.

Última atualização em 11 de abril de 2020 às 08h30.

A magnitude da crise do novo coronavírus no Brasil exigiu uma série de respostas do governo federal para evitar um colapso desenfreado no país. Ao longo do último mês, a equipe do Ministério da Economia vem anunciando quase diariamente novas medidas de socorro a áreas de saúde, manutenção do trabalho, sustentabilidade de empresas e garantias sociais.

Segundo o ministro Paulo Guedes, os programas para combate à doença já somam mais de 700 bilhões de reais. Num primeiro momento, o valor pode parecer irreal. Mas não é. A EXAME analisou as principais medidas anunciadas até agora (veja detalhes no infográfico abaixo).

Pouco mais da metade do total anunciado é de receitas que o governo iria receber, mas adiou a arrecadação, e de linhas de crédito disponibilizadas. Esse é um dinheiro que voltará para os cofres da União, possivelmente com pagamento de juros.

De dinheiro novo de fato, os valores chegam a 181 bilhões de reais. As maiores despesas serão os 98 bilhões de reais para bancar o auxílio emergencial aos trabalhadores e mais 51 bilhões de reais para subsidiar as empresas que reduzirem salários ou jornadas, autorizadas na MP trabalhista.

Para conseguir arcar com essas duas responsabilidades, o governo contou com o fato de o país estar em situação de calamidade pública, quando não há restrições para o teto de gastos, e solicitou ao Congresso a abertura de créditos extraordinários.

Esse recurso aumentará a dívida pública da União, cuja expectativa de déficit fiscal anterior ao coronavírus era de 124 bilhões. As projeções oficiais para 2020 já chegam a um rombo no setor público de 500 bilhões de reais. 

Há, ainda, uma série de outras medidas anunciadas, que somam a categoria "outras": esses são os valores realocados, que o governo não vai arrecadar e os benefícios sociais. Veja detalhes no gráfico a seguir:

 

Acompanhe tudo sobre:ImpostosJair BolsonaroPaulo GuedesCoronavírus

Mais de Economia

Lira acolhe só três de 99 emendas e mantém núcleo do projeto de isenção de IR até R$ 5 mil

Sem acordo, Congresso adia votação de MP alternativa ao IOF para véspera do prazo de validade

Antes de votação do IR, Lira diz que deve 'ajustar' pontos do projeto

Empresas de bets terão de bloquear cadastros de beneficiários do Bolsa Família e BPC/Loas