Economia

Os 7 pilares da economia criativa, segundo Tom Fleming

Uma das maiores autoridades mundiais na área falou em transmissão nesta sexta-feira (14) no EXAME Fórum Cultura e Economia Criativa em São Paulo

Fórum: o especialista inglês Tom Fleming fala no EXAME Fórum Cultura e Economia Criativa 2018 (Flávio Santana / Biofoto/Exame)

Fórum: o especialista inglês Tom Fleming fala no EXAME Fórum Cultura e Economia Criativa 2018 (Flávio Santana / Biofoto/Exame)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 11h59.

Última atualização em 14 de dezembro de 2018 às 13h58.

São Paulo - Talentos, lugares, propriedade intelectual, infraestrutura, dinheiro e alavancagem: estes são os pilares que sustentam uma economia criativa, de acordo com Tom Fleming.

Uma das maiores autoridades mundiais na área, ele falou nesta sexta-feira (14) em transmissão no EXAME Fórum Cultura e Economia Criativa em São Paulo.

"A economia criativa não é algo que você pode replicar baseado no que outros países fizeram", diz Fleming, mas há algumas lições a serem aprendidas.

O primeiro tijolo da economia criativa são as pessoas: há uma disputa mundial por atenção e por talentos, e em uma economia onde a robotização vai dominar os processos automáticos, criatividade será o diferencial.

Um ponto que ele destaca é que como o sucesso na economia criativa acaba dependendo muito de capital social, é preciso cuidado para validar e preservar talentos para que eles não sejam desperdiçados e para que o campo não fique perigosamente homogêneo e insulado.

O segundo tijolo da economia criativa são os lugares onde elas ocorrem, e para isso é necessário criar e preservar espaços de criatividade tanto físicos quanto virtuais.

“Politica nacional é importante, mas a politica urbana é igualmente importante”, diz Fleming, citando como referência o exemplo de Bogotá, na Colômbia.

O terceiro princípio é a propriedade intelectual, onde entra a necessidade de "alfabetizar especialistas" para que as a criação intelectual possa ser monetizada, e o quarto princípio é a infraestrutura digital, pois é impossível ter economia digital sem meios de acesso para sua produção e consumo.

Nesse aspecto, o Brasil vai mal em alguns pontos de velocidade e preço médio, apesar do acesso aos smartphones ter explodido e do engajamento em redes sociais ser alto na comparação internacional.

O chamado retrato aparece como quinto princípio da economia criativa, um desafio mundial pois as formas de medir os resultados econômicos ainda estão baseadas no passado e tendem a mudar.

Sem dados e inteligência, é difícil criar políticas públicas efetivas ou até mesmo criar a narrativa para mostrar para a sociedade o tamanho e a importância da economia criativa.

O sexto princípio citado por Fleming é o dinheiro: é preciso investir, mas a boa notícia é que o resultado aparece, seja em empregos ou atividade ou mesmo, como Londres demonstra no vigor de seu turismo.

Em último lugar está a chamada alavancagem. Fleming diz que o Brasil precisa usar seu soft power e transformar sua imagem positiva em dinheiro e influência internacional.

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