São Paulo - A guerra fria já acabou, mas a polarização entre Estados Unidos e Rússia sobrevive no mercado de defesa. Juntos, os dois países respondem por 58% das exportações mundiais de armas pesadas (veja mais números sobre o tema). Entram na categoria coisas como tanques, sistemas anti-aéreos, artilharia e todo tipo de transporte militar. Os dados são do SIPRI (Stockholm International Peace Research Institute) e se referem ao período entre 2010 e 2014. Quem está despontando é a China, que aumentou suas exportações de armas pesadas em 143% em relação ao período anterior (2005-2009). Com isso, subiu do nono para o terceiro lugar. No balanço, as exportações mundiais de armas pesadas subiram 16% de 2010 a 2014 em relação aos 5 anos imediatamente anteriores. Atualmente, 60 países exportam esse tipo de produto; veja os 10 maiores a seguir:
Os Estados Unidos responderam por 31% das armas pesadas exportadas entre 2010 e 2014, volume que subiu 23% em relação a 2005-2009. As armas norte-americanas foram para 94 países, recorde entre os exportadores. Os principais destinos foram Coreia do Sul (9%), Emirados Árabes Unidos (8%) e Austrália (8%).
A Rússia foi responsável por 27% das exportações de armas pesadas entre 2010 e 2014 e seu volume teve aumento de 37% em relação ao período 2005-2009. Suas entregas foram bem mais concentradas do que as norte-americanas: 60% do total foi para apenas 3 países (Índia, China e Algéria).
A Chinamais que dobrou suas exportações de armas pesadas entre 2010 e 2014 em relação a 2005-2009. Com isso, o país aumentou de 3% para 5% sua participação no bolo total e subiu uma posição no ranking. 68% das exportações de armas pesadas chinesas tiveram como destino 3 países: Paquistão (41%), Bangladesh (16%) e Myanmar (12%).
As exportações de armas pesadas da Alemanhacaíram 43% no período 2010-2014 em relação ao período 2005-2009, derrubando a participação do país no total de 11% para 5%. Apesar de ter anunciado no ano passado uma política mais restritiva para o Oriente Médio devido a preocupações com direitos humanos, a Alemanha continua aprovando o envio de vários equipamentos militares.
As exportações de armas pesadas da Françacaíram 27% no período 2010-2014 em relação a 2005-2009 e tiveram como destino 74 países. A França cancelou no ano passado o envio para a Rússia de um grande navio anfíbio por causa da tensão na Ucrânia. Se o acordo tivesse sido mantido, a França estaria em terceiro neste ranking, segundo o SIPRI.
O Reino Unido foi responsável por 4% das armas pesadas exportadas entre 2010 e 2014, mesma participação do período 2005-2009. 41% de suas exportações foram para a Arábia Saudita, que é segundo maior importador mundial de armas pesadas do mundo, depois da Índia.
A Espanha aumentou sua exportação de armas pesadas em mais de 30% entre 2010 e 2014 em relação a 2005 e 2009. Ainda assim, manteve os 3% de participação do período anterior. Seus principais parceiros foram Austrália (24%), Noruega (24%) e Arábia Saudita (10%).
A Itália aumentou sua participação no total de armas exportadas de 2% no período 2005-2009 para 3% no período 2010-2014. Com isso, subiu uma posição no ranking. Seus principais parceiros são Emirados Árabes Unidos (9%), Índia (9%) e Turquia (8%).
A Ucrânia também aumentou sua participação no período 2010-2014 em relação ao anterior - de 2% para 3% - mas mesmo assim perdeu uma posição no ranking. Seu principal parceiro é a China, que absorve 22% das exportações, e em segundo vem a Rússia, com 10% - curiosamente, o país com o qual a Ucrânia disputa o controle de regiões do leste.
As exportações de armas pesadas de Israelsubiram cerca de 30% no período 2010-2014 em relação a 2005-2009. Hoje, o país é responsável por 2% do total mundial e seu principal destino é de longe a Índia, que absorve 46% do total.
Motta disse ainda não ter uma opinião formada sobre a proposta da deputada Erika Hilton de reduzir a jornada semanal para quatro dias de trabalho com limite de 36 horas