Economia

Oposição exige que Maduro repatrie US$ 350 bi não declarados

número, segundo um líder democrata-cristão, foi revelado em uma recente reunião com diretores do FMI, do Banco Mundial (BM) e do BID


	Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: os US$ 350 bilhões de dólares representam quase 18 vezes o montante da Reserva Monetária Internacional da Venezuela
 (Carlos Garcia/Reuters)

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: os US$ 350 bilhões de dólares representam quase 18 vezes o montante da Reserva Monetária Internacional da Venezuela (Carlos Garcia/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 10h49.

Caracas - O líder democrata-cristão venezuelano Roberto Enríquez exigiu neste domingo, em uma coluna no jornal "El Nuevo País", que o presidente Nicolás Maduro repatrie cerca de US$ 350 bilhões que fontes de organismos internacionais disseram estar depositados sem declaração legal em bancos de vários países.

"Esses US$ 350 bilhões que não tiveram a legitimidade de origem provada representam o maior saque financeiro sofrido por um país depois da Segunda Guerra Mundial. A Venezuela foi brutalmente saqueada e Maduro não faz nada", escreveu o líder do partido democrata-cristão Copei venezuelano.

O número, segundo Enríquez, foi revelado em uma recente reunião com diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial (BM) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

"Nos informaram que a Venezuela não precisa se endividar porque há cerca de US$ 450 bilhões que venezuelanos têm depositados nos bancos internacionais, dos quais US$ 350 bilhões são de procedência duvidosa", acrescentou o texto do dirigente opositor.

Segundo ele, a quantia foi revelada graças ao desaparecimento nos bancos internacionais do chamado "sigilo bancário", pois se travava do combate à "lavagem" de dinheiro procedente do terrorismo, do tráfico de drogas e da própria corrupção, argumentaram suas fontes do FMI, o BM e o BID.

Os US$ 350 bilhões de dólares representam quase 18 vezes o montante da Reserva Monetária Internacional da Venezuela, que beira os US$ 20 bilhões.

Enríquez acrescentou em seu texto que informou o presidente de seu país sobre o assunto "porque a corrupção não tem ideologia, partido político e nem pátria", mas que "Maduro não responde".

"Dissemos a Maduro que esta era uma oportunidade para unir os venezuelanos em uma cruzada nacional pelo resgate desse dinheiro; por um feito de justiça social sem importar se é governo ou oposição", prosseguiu.

"Presidente Maduro, Por que não age? Por que não nos responde? A quem protege? Exigimos que ordene repatriar o dinheiro que nos saquearam", ressaltou o dirigente democrata-cristão.

Henrique Capriles, duas vezes candidato presidencial pela aliança partidária da oposição venezuelana, lembrou neste domingo, em entrevista à emissora "Televen", que pessoas recentemente distanciadas de Maduro também denunciaram o caso.

Jorge Giordani, ministro em diferentes pastas econômicas durante o governo do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013) e também no de Maduro, "reconheceu que só (funcionários encarregados da administração do controle estatal de divisas) tinham roubado US$ 25 bilhões", ressaltou Capriles.

A justiça da Venezuela "deveria funcionar, agir, mas esta é uma justiça totalmente podre que defende os privilégios dos que estão no poder", disse o líder opositor venezuelano. EFE

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