Economia

Opep: reequilíbrio do setor petroleiro só ocorrerá no fim de 2017

O preço do petróleo está subindo desde o anúncio na semana passada do acordo entre a Opep e 11 países

Petróleo: previsões podem variar em função do crescimento econômico ou da evolução efetiva dos preços (Getty Images)

Petróleo: previsões podem variar em função do crescimento econômico ou da evolução efetiva dos preços (Getty Images)

A

AFP

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 14h07.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) previu nesta quarta-feira que o reequilíbrio do mercado petroleiro, com uma demanda superior à oferta, não acontecerá até a segunda metade de 2017.

Também indicou que os países que não formam parte do cartel aumentaram sua produção em 0,3 milhão de barris por dia (mbd) e alcançarão 56,50 mbd em 2017 (contra 56,20 mbd esperados este ano).

O crescimento da produção "é explicado principalmente pelas expectativas do aumento de preços em 2017", disse a organização em seu relatório mensal.

Os países não Opep que mais aumentarão a produção serão Brasil, Cazaquistão e Canadá, que compensarão a redução em países como Estados Unidos, China, Colômbia ou México.

No entanto, o relatório reconhece que estas previsões podem variar em função do crescimento econômico ou da evolução efetiva dos preços.

O preço do petróleo está subindo desde o anúncio na semana passada do acordo entre a Opep e 11 países que não formam parte do cartel, como Rússia, para limitar a produção.

O pacto não inclui, no entanto, outros produtores, como Estados Unidos, Canadá e Brasil.

A Opep tem o objetivo de produzir a partir de janeiro um máximo de 32,5 mbd. Por sua vez, os demais países se comprometeram a diminuir sua produção em 558.000 barris por dia.

De certo modo, o relatório da Opep coincide com outro estudo divulgado na véspera pela Agência Internacional de Energia (AIE), que prevê que o mercado do petróleo poderá começar a voltar ao equilíbrio a partir de 2017, na condição que os principais países petroleiros respeitem seu compromisso de reduzir a produção.

"Se a Opep e os países de fora da Opep aplicarem estritamente seu acordo de redução de produção, as reservas mundiais começarão a baixar durante o primeiro trimestre do ano que vem", afirma a organização em seu relatório mensal sobre o petróleo.

A agência, que representa os países consumidores, calcula que a redução da produção poderá alcançar 0,6 milhão de barris por dia (mbd).

Desde 2014, a Opep inundou o mercado para competir com os produtores de petróleo de xisto americanos, fazendo com que os preços caíssem.

Mas, em 30 de novembro passado, deu uma guinada em sua estratégia e concordou em reduzir a produção em 1,2 mbd, ou 32,5 mbd, durante um período de seis meses a partir de janeiro.

Além disso, 11 países produtores que não fazem parte do cartel também se somaram ao acordo e, no sábado passado, concordaram em cortar 558.000 b/d. O maior esforço será da Rússia, com uma diminuição de 300.000 b/d.

Em consequência, a produção do conjunto dos países da Opep, entre eles os Estados Unidos, crescerá apenas 0,2 mbd, menos que os 0,5 mbd previstos até agora.

Para 2015, a produção dos países não-Opep deveria baixar em 0,9 mbd, até um total de 56,8 mbd.

A estratégia parece estar funcionando e, depois do acordo, o Brent passou a ser negociado em torno dos 55 dólares.

Em novembro, a produção mundial alcançou um nível recorde de 98,2 mbd (470.000 bd a mais que no ano anterior), por isso o esforço de redução poderá ser mais difícil que o previsto.

Os países da Opep produziram esse mês 34,2 mbd, um nível também recorde, que supõe 300.000 bd a mais em relação a outubro e 1,4 mbd mais com relação ao mesmo período do ano passado.

Esta cifra se explica pelo aumento da produção em Angola, na Líbia e na Nigéria, e também na Arábia Saudita, onde a alta foi de 70.000 bd, a 10,63 mbd.

Acompanhe tudo sobre:OpepPetróleo

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética