Economia

OPEP reduz demanda por petróleo bruto para mínimo em 12 anos

A Organização de Países Exportadores de Petróleo reduziu sua projeção para 2015 em cerca de 300.000 barris diários de petróleo bruto, seu mínimo em 12 anos


	Bandeira com o logotipo da Opep: produção dos 12 países-membros declinou em novembro
 (Joe Klamar//AFP)

Bandeira com o logotipo da Opep: produção dos 12 países-membros declinou em novembro (Joe Klamar//AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 17h35.

Londres - A OPEP reduziu a previsão da quantidade de petróleo bruto que precisará fornecer em 2015 para seu mínimo em 12 anos em meio ao crescimento vertiginoso das reservas de xisto dos EUA e as estimativas menores de consumo mundial.

A Organização de Países Exportadores de Petróleo reduziu sua projeção para 2015 em cerca de 300.000 barris diários, para 28,9 milhões por dia. Trata-se de aproximadamente 1,15 milhão de barris diários a menos do extraído pelos 12 países-membros no mês passado e fica abaixo da meta de 30 milhões de barris que eles reafirmaram em uma reunião em Viena em 27 de novembro.

O impacto do desmoronamento de 40 por cento dos preços sobre a oferta e a demanda ainda não é claro, disse a OPEP.

“A revisão para baixo reflete o ajuste para cima da oferta fora da OPEP, bem como a revisão para baixo feita na demanda global”, disse o departamento de pesquisa do grupo com sede em Viena no seu relatório mensal do mercado de petróleo.

Os futuros do petróleo bruto do tipo Brent se desmoronaram para US$ 65,29 por barril, seu mínimo em cinco anos, ontem em Londres, em meio à especulação com que a decisão da OPEP de manter os níveis de produção apesar do crescimento da oferta da América do Norte intensifique a superabundância nos mercados mundiais de petróleo.

A demanda pelo petróleo bruto da OPEP cairá para 28,92 milhões de barris diários no ano que vem, segundo o relatório.

É uma cifra inferior a 28,93 milhões requeridos em 2009, e a menor desde o patamar de 27,05 milhões por dia que foi necessário em 2003, mostram os dados do grupo.

Queda em novembro

A produção dos 12 países-membros declinou em 390.000 barris por dia em novembro, totalizando 30,05 milhões por dia, em meio à uma menor produção na Líbia, segundo dados de analistas e organizações de mídia mencionadas no relatório como “fontes secundárias”.

A produção da Líbia experimentou no mês passado um recuo de 248.300 barris diários, para 638.000 por dia. As extrações no campo petrolífero de Sharara, o ativo de maior produção do país, e no local vizinho de El Feel, foram suspensas depois que Sharara foi tomado por atiradores, segundo a Agência Internacional de Energia.

A produção também diminuiu no mês passado na Argélia, em Angola, no Kuwait, no Catar, nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita, cuja produção declinou 60.100 barris por dia, para 9,59 milhões.

A organização reduziu suas projeções de demanda mundial pelo petróleo para este ano e o próximo. O consumo mundial de combustível aumentará em 1,12 milhão de barris por dia, ou 1,2 por cento, em 2015, totalizando 92,26 milhões por dia. Trata-se de uma redução de 70.000 barris por dia em relação ao relatório do mês passado.

A OPEP incrementou os prognósticos de reservas fora do grupo em 2015 em 120.000 barris por dia. A oferta fora da OPEP, impulsionada pelos EUA, o Canadá e o Brasil, se expandirá no ano que vem em 1,36 milhão de barris diários, para 57,31 milhões por dia.

A produção de países que não são membros da OPEP aumentará neste ano em 1,72 milhão de barris diários, cerca de 580.000 por dia acima das estimativas iniciais da organização.

O total de inventários de petróleo das economias mais avançadas do mundo continuou 15 milhões de barris acima da sua média a cinco anos em outubro, com 2,7 bilhões de barris, mesmo com um declínio de 5,1 milhões de barris, segundo o relatório.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisConsumoEnergiaGás de xistoPetróleo

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs