Economia

ONU quer cancelar dívida dos países afetados pelo ebola

Proposta faz parte de um relatório apresentado em Adis-Abeba que avalia o impacto socioeconômico do vírus nos países, na região e inclusive no continente


	Equipes de sáude da Cruz Vermelha ao redor de corpo de vítima do Ebola na Guiné
 (Kenzo Tribouillard/AFP)

Equipes de sáude da Cruz Vermelha ao redor de corpo de vítima do Ebola na Guiné (Kenzo Tribouillard/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 09h58.

Adis-Abeba - A Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (UNECA, por sua sigla em inglês) pediu nesta segunda-feira o cancelamento da dívida externa da Libéria, Guiné e Serra Leoa, os três países mais afetados pela epidemia de ebola, para contribuir para sua recuperação econômica.

A proposta faz parte de um relatório apresentado em Adis-Abeba que avalia o impacto socioeconômico do vírus não só nestes três países, mas também na região e inclusive no continente.

'Seu impacto nos três países é tão significativo que pedimos ao mundo que dê um passo para frente', disse o secretário-geral da ECA, Carlos Lopes, perante os jornalistas e um nutrido grupo de diplomatas

Segundo Lopes, o cancelamento da dívida não deveria representar um grande problema, pois até o momento a comunidade internacional já ajudou com cerca de US$ 3 bilhões e a dívida conjunta dos três países é inferior a esse número.

O benefício do perdão seria notável, já que permitiria criar as condições econômicas necessárias para que Guiné, Libéria e Serra Leoa 'possam começar desde zero', uma vez que o surto tenha sido contido, acrescentou Lopes.

A dívida total dos três países chega US$ 2,6 bilhões, mas o arrefecimento econômico provocado pelo surto faz com que cada vez seja mais difícil abonar os pagamentos.

Vários diplomatas que participaram da apresentação do relatório se mostraram favoráveis ao cancelamento, enquanto os representantes dos países afetados qualificaram a medida de 'crucial'.

A explosão do surto de ebola, que até o momento já tirou a vida de mais de seis mil pessoas, supôs a paralisação de todos os investimentos que estavam sendo negociados para os três países, apontaram desde a ECA.

Por outro lado, o organismo lembrou que a queda das vendas em mercados e lojas, a menor atividade em restaurantes e hotéis, e a paralisação de setores como a construção e os serviços, tiveram um grande impacto na economia local e levará muito tempo para haver uma recuperação.

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