Economia

ONS reduz projeção para reservatórios no SE e CO

A expectativa do operador é de que os reservatórios encerrem este mês em 37,3% da capacidade total, ante 38,5% projetado anteriormente


	Rio Paranapanema: na semana passada, chuvas fracas a moderadas foram registradas nas bacias dos rios Uruguai, Jacuí, Iguaçu, Paranapanema e Tietê
 (Wikimedia Commons)

Rio Paranapanema: na semana passada, chuvas fracas a moderadas foram registradas nas bacias dos rios Uruguai, Jacuí, Iguaçu, Paranapanema e Tietê (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 16h03.

Rio - Em mais um sinal de que o risco de racionamento cresce a cada semana no Brasil, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo sua projeção para o nível dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do país, no fim de março.

A expectativa do operador é de que os reservatórios encerrem este mês em 37,3% da capacidade total, ante 38,5% projetado anteriormente. Nesse domingo, 23, o nível de armazenamento nas usinas das duas regiões era de 35,70%, o mais baixo desde 2001, ano do racionamento.

A nova revisão para o nível dos reservatórios reflete o baixo volume de precipitações ao longo do mês. Na semana passada, chuvas fracas a moderadas foram registradas nas bacias dos rios Uruguai, Jacuí, Iguaçu, Paranapanema e Tietê.

Para esta semana, isso deve se repetir novamente nas bacias dos rios Tietê, Grande, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha, Paranaíba e São Francisco, onde estão localizados algumas das principais hidrelétricas brasileiras.

Por conta disso, o operador também revisou para baixo a sua expectativa para a energia natural afluente (ENA), que é a água das chuvas transformada em energia, para as duas regiões.

A previsão anterior era de uma ENA de 65% da média histórica para o março no Sudeste/Centro-Oeste. Agora, a expectativa é de que a ENA feche o mês em 63%, contribuindo para a lenta recuperação do nível dos reservatórios.

No Nordeste, a previsão para a ENA do mês caiu de 28% da média histórica para 26% e a projeção para o nível dos reservatórios também caiu de 42,6% para 41,8%. Nesse domingo, 23, o volume de água armazenado era de 41,73% da capacidade total.

A hidrologia, contudo, tem se mostrado favorável no Sul e no Norte do país, regiões em que ONS projeta ENAs de 157% e 122%, respectivamente. "Na nossa visão, se a hidrologia não melhorar em março e abril, as chances do racionamento aumentam", avaliaram os analistas do Bank of America/Merrill Lynch Felipe Leal, Diego Moreno e Luiz Antônio Leite, em relatório aos seus clientes.


Além de rever para baixo a sua previsão para março, o ONS revisou as suas projeções para abril. Hoje, a expectativa é de que os reservatórios estejam em 38,4% no Sudeste/Centro-Oeste, levando em conta a ENA de 71,8%.

Anteriormente, a projeção era de um nível de armazenamento de 39,4%, considerando uma ENA de 72,2%. Ou seja, o operador está mais conservador em suas projeções e menos otimista com a situação do sistema.

Recentemente, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que o fornecimento de energia estaria garantido no começo de 2015 se os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste estivessem em 43% no fim de abril.

"As projeções do ONS indicam que o limite mínimo de 43% para evitar o racionamento pode não ser alcançado, mas investidores estão céticos que o governo federal declare o racionamento em razão do impacto político nas eleições de outubro", escreveram os analistas do Bank of America/Merrill Lynch.

Diante desse quadro, todas as térmicas disponíveis do sistema estão sendo despachadas pelo operador pelo critério de ordem de mérito, ou seja, das mais baratas às mais caras, mantendo o fluxo de caixa das distribuidoras bastante pressionado por conta do custo mais elevado dessas usinas.

Para esta semana, a previsão é do acionamento de 17,966 mil MW médios de termelétricas, o que representa 26,19% da carga prevista para esta semana, de 68,590 mil MW médios.

O crescimento da carga em março de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 foi mantido em 6%, para 67,253 mil MW médios. Todas as informações do ONS constam na terceira revisão do Programa Mensal de Operação.

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