Economia

ONG denuncia facilidade em lavar dinheiro nos EUA

Vários estados americanos, incluindo Delaware, oferecem a possibilidade de criar empresas de fachada sem que o nome do beneficiário final seja conhecido


	Mala com dinheiro: todos os advogados, exceto um, foram benevolentes e sugeriram a criação de empresas de fachada
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Mala com dinheiro: todos os advogados, exceto um, foram benevolentes e sugeriram a criação de empresas de fachada (Freeimages.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 15h50.

A ONG Global Witness realizou entrevistas com câmeras escondidas com 13 advogados de Nova York para denunciar a facilidade com que o dinheiro potencialmente sujo pode ser transferido e administrado nos Estados Unidos através de empresas de fachada.

Um membro da ONG se fez passar pelo assessor de um ministro de um país africano que havia acumulado vários milhões de dólares a partir de concessões de mineração e queria transferir esse dinheiro discretamente para os Estados Unidos para comprar um jato particular, um iate ou uma casa.

"Criamos deliberadamente uma situação que dava origem à suspeita", explica a Global Witness em seu site.

Todos os advogados, exceto um, foram benevolentes e sugeriram a criação de empresas de fachada nos Estados Unidos, a fim de ocultar o patrimônio do ministro, assegurou a organização.

"Você cria uma empresa em Delaware que será dona do bem imobiliário", declarou um deles nessas conversas filmadas sem seu conhecimento e que a Global Witness publicou na internet.

Vários estados americanos, incluindo Delaware, oferecem a possibilidade de criar empresas de fachada sem que o nome do beneficiário final seja conhecido ou comunicado às autoridades.

"Este é um dos lugares no mundo onde você pode fazer isso legalmente", afirma Global Witness.

Durante as entrevistas, muitos advogados chegaram a propor que o dinheiro do falso ministro africano fosse enviado através das contas bancárias de seus escritórios, a fim de evitar suspeitas entre as autoridades.

Apenas um deles rejeitou o falso representante. "Isso não é para mim, os meus padrões são mais elevados", declarou o advogado Jeffrey Herrmann, que também se recusou a recomendar o cliente falso a outros colegas. "Eles se sentiriam insultados", disse ele.

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