OEA: inclusão, aborto, homossexualidade e maconha foram temas discutidos (Cris Bouroncle/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2014 às 12h44.
Assunção - A Organização dos Estados Americanos (OEA) inaugurou nesta terça-feira sua 44ª Assembleia Anual em Assunção, com um chamado à redução das desigualdades na América Latina e um pedido para que o crescimento da região se traduza em inclusão social.
"Nossa região mudou para melhor em suas economias, em crescimento, mas o desafio é a inclusão social, esse é o primeiro e grande desafio do nosso hemisfério", disse o secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza ao inaugurar a assembleia anual que ocorrerá até o próximo dia 5, na capital paraguaia.
A inclusão, o aborto, a homossexualidade e a legalização da maconha foram temas discutidos em acalorados debates prévios à inauguração da Assembleia.
"Se nossa região quer progredir em seu desenvolvimento democrático e ter um crescimento integral saudável, deve enfrentar hoje quatro desafios políticos urgentes: a inclusão social, a segurança pública, a defesa dos direitos humanos e a expansão da democracia e do estado de direito", disse Insulza.
O secretário-geral da OEA defendeu a "fortaleza e a vitalidade" da Organização e destacou que o organismo celebra a criação de múltiplos blocos de integração surgidos na região.
"Não estamos aqui para competir, e sim para colaborar" com os demais blocos da região.
"Sempre cercada de debates, análises e propostas sobre seu futuro, a OEA responde a seu principal objetivo: ser o Foro Político dos países da América onde tudo se diz, onde há um verdadeiro diálogo, onde todos podem participar em pé de igualdade e dar sua opinião sobre qualquer tema relevante da região", afirmou Insulza.
Em outro trecho de seu discurso, Insulza pediu à comunidade internacional que apoie o diálogo entre a oposição e o governo da Venezuela "sem pressões ou sanções", e expressou sua preocupação com o estancamento do processo.
"Pedimos à comunidade internacional que expresse seu apoio ao processo interno venezuelano de maneira positiva, sem pressões ou sanções".
Na quarta-feira passada, a Câmara de Representantes dos EUA aprovou sanções contra funcionários da Venezuela por supostas violações dos direitos humanos durante as manifestações contra o governo do presidente Nicolas Maduro, que já deixaram 42 mortos.
O projeto será analisado agora pelo Senado americano.
Insulza admitiu que a "situação na Venezuela segue sendo motivo de preocupação".
"Desde o início sustentei que o diálogo entre as partes era indispensável e que a OEA poderia contribuir para tal. A decisão foi fazê-lo sob os auspícios da Unasul e aplaudimos tal determinação".
O secretário-geral da OEA revelou que observa com "tristeza que o diálogo não avança".
"O diálogo supõe vontade e não apenas falar, mas também escutar, deixar de lado os preconceitos e estar disposto a ceder para se encontrar um terreno comum. Não estamos vendo isto, mas continuamos pensando que não há outra saída. Mais uma vez, convocamos o governo e a oposição da Venezuela a buscar um entendimento".