Para o Brasil, a OCDE passou a projetar uma queda de 6,5% em 2020 (FG Trade/Getty Images)
AFP
Publicado em 16 de setembro de 2020 às 07h41.
Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 07h54.
A recessão mundial será menos profunda que o previsto inicialmente em 2020, graças à reação rápida e consequente dos Estados - afirma a OCDE em suas perspectivas econômicas publicadas nesta quarta-feira (16), mas a recuperação em 2021 será menos intensa do que a estimativa apontava em junho.
Depois de acelerar na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), quando as medidas de confinamento destinadas a combater a pandemia do coronavírus foram flexibilizadas, "o ritmo da recuperação mundial perdeu um pouco do impulso durante os meses de verão, em particular nas economias mais avançadas", constata a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
A organização com sede em Paris aposta agora em um crescimento de 5% em 2021, após um retrocesso de 4,5% em 2020. Em junho, a OCDE projetava uma queda de 6% para este ano e uma recuperação de 5,2% para 2021.
A OCDE destaca, no entanto, que "as perspectivas são muito incertas, porque dependem das hipóteses relativas à propagação do vírus e à evolução das políticas macroeconômicas".
Ao mesmo tempo, a análise da organização é clara: sem a reação rápida e em larga escala dos governos, e sem a intervenção consequente dos bancos centrais, "a contração da atividade teria sido muito mais importante".
Por este motivo, a OCDE faz um apelo para que os Estados continuem com o apoio às atividades em 2021, levando em consideração que a "incerteza continua elevada e a confiança frágil".
O mundo teme uma segunda onda da pandemia, que já provocou quase 930.000 mortes, e intensifica as medidas para tentar conter a propagação. Israel, por exemplo, decidiu retomar o confinamento geral da população. A Inglaterra aplica uma limitação rígida das reuniões.
A OCDE adverte que "um ressurgimento mais forte do vírus, ou medidas de confinamento mais estritas, poderia reduzir em dois ou três pontos percentuais o crescimento mundial em 2021".
As principais economias do devem terminar 2020 em recessão, com exceção da China, que registrará crescimento de 1,8%.
Para o Brasil, a OCDE passou a projetar uma queda de 6,5% em 2020, ante estimativa anterior de tombo de 7,4%.
Todas voltarão a crescer em 2021, mas com uma recuperação menos intensa que a prevista nas estimativas de junho da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos.
A seguir as previsões da OCDE:
Previsão para 2020 | Previsão para 2021 | |
Mundo | - 4,5% | 5% |
Zona euro | - 7,9% | 5,1% |
Alemanha | - 5,4% | 4,6% |
França | - 9,5% | 5,8% |
Itália | - 10,5% | 5,4% |
Reino Unido | - 10,1% | 7,6% |
Estados Unidos | - 3,8% | 4% |
China | + 1,8% | 8% |
Japão | - 5,8% | 1,5% |
Índia | - 10,2% | 10,7% |
Brasil | - 6,5% | 3,6% |
Rússia | - 7,3% | 5% |