A OCDE considerou que as pressões inflacionárias vão persistir; a taxa subirá neste ano até 6,6%, e se moderará relativamente em 2012 em 5,1% (Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2011 às 08h45.
Paris - A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu nesta quarta-feira suas previsões de crescimento para o Brasil em seu relatório semestral de perspectivas econômicas tanto para este ano quanto para o próximo em um contexto de tensões inflacionárias.
A OCDE calcula agora que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, após o crescimento de 7,5% constatado em 2010, será neste ano de 4,1% e não de 4,3% como estimavam em novembro.
Para 2012, a ascensão será de 4,5%, ao invés do percentual de 5% calculado seis meses atrás, de acordo com o novo relatório, cujos autores destacaram que o arrefecimento da demanda interna é consequência do endurecimento da política monetária.
Destacaram o efeito da apreciação do real, que foi de 9% no ano passado, e as intervenções banco central para conter o aumento do nível de reservas a um número próximo aos US$ 300 bilhões.
Assinalaram que os incrementos sucessivos do imposto que taxa as operações financeiras a partir do exterior não restringiu os fluxos de entrada de capital de forma sustentada.
O conhecido "clube dos países desenvolvidos" fez referência ao corte anunciado pelas autoridades brasileiras de R$ 50 bilhões no orçamento federal deste ano, equivalente a 0,5% do PIB, e considerou que os primeiros sinais da evolução da arrecadação fiscal "são promissórios".
Mas ressaltou que "seria reforçada a credibilidade da consolidação fiscal com compromisso em um programa orçamentário plurianual, que garantisse aos mercados que não retirarão essas medidas nos próximos anos".
A OCDE considerou que as pressões inflacionárias vão persistir embora se estabilize o preço das matérias-primas, e assim calcula que a inflação subirá neste ano (após 5,9% em 2010) até 6,6%, e se moderará relativamente em 2012 em 5,1%.
Advertiu que a estratégia do banco central de um enfoque gradual para controlar a inflação "não está isenta de riscos" já que o núcleo da inflação - a que exclui os preços da energia e dos alimentos, mais voláteis - poderia subir e isso colocar em questão a credibilidade das autoridades monetárias.
Além disso, acrescentou que os fluxos de capitais poderiam exacerbar essas pressões inflacionárias, enquanto uma política para regular as entradas desses fluxos ameaçaria reduzir o crescimento econômico.