Economia

OCDE vê maior contração global em um século; Brasil deve recuar 7,4%

Caso ocorra uma segunda onda de contágio de coronavírus, a queda do PIB global este ano poderia chegar a 7,6%

Para 2021, a OCDE projeta recuperação da economia global, com crescimento de 5,2% (Gavriil GrigorovTASS/Getty Images)

Para 2021, a OCDE projeta recuperação da economia global, com crescimento de 5,2% (Gavriil GrigorovTASS/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 10 de junho de 2020 às 06h10.

Última atualização em 10 de junho de 2020 às 11h03.

A economia global sofrerá a maior contração em tempos de paz em um século antes de ressurgir no próximo ano da recessão provocada pelo coronavírus, afirmou a OCDE nesta quarta-feira.

Ao atualizar sua perspectiva, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) passou a prever que a economia global vai contrair 6,0% este ano e irá se recuperar com um crescimento de 5,2% em 2021, desde que o surto seja mantido sob controle.

Entretanto, a OCDE disse que um cenário igualmente possível de uma segunda onda de contágio este ano pode levar a uma contração econômica global de 7,6%, antes de crescer apenas 2,8% em 2021.

"Até o fim de 2021, a perda de renda excede a de qualquer recessão anterior nos últimos 100 anos fora de tempos de guerra, com consequências sombrias e duradouras para as pessoas, empresas e governos", escreveu a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, na introdução do relatório atualizado.

Com as respostas à crise modelando as perspectivas econômicas e sociais para a próxima década, ela pediu aos governos que não evitem os gastos financiados por dívida para ajudar trabalhadores de baixa renda e o investimento.

"Políticas monetárias ultraexpansionistas e dívida pública mais alta são necessárias e serão aceitas desde que a atividade econômica e a inflação estejam deprimidas, e o desemprego esteja alto", disse Boone.

Segundo as estimativas da OCDE, o Brasil deve encolher 7,4% este ano e crescer 4,2% em 2021, mas se houver uma segunda onda de surto a contração pode chegar a 9,1% este ano, com crescimento de 2,4% no próximo.

A economia dos Estados Unidos, a maior do mundo, deve contrair 7,3% este ano antes de crescer 4,1% em 2021. No caso de um segundo surto do coronavírus, a recessão norte-americana pode chegar a 8,5% este a ano e a economia cresceria apenas 1,9% em 2021, disse a OCDE.

Já a zona do euro caminha para um recuo de 9,1% este ano seguido de crescimento de 6,5% no próximo. Mas a recessão pode chegar a 11,5% em 2020 se houver um segundo surto, com crescimento de 3,5% em 2021.

A estimativa para a China mostra uma contração de 2,6% em 2020 com expansão de 6,8% em 2021, mas no caso de um segundo surto as perdas este ano chegariam a 3,7% em 2020 seguidas de uma recuperação de 4,5% no próximo ano.

 

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