Sede da OCDE: Organização alertou contra uma dependência exclusiva da política monetária (Eric Piermont/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2015 às 08h46.
Paris - Os governos não podem contar apenas com inflação baixa e política monetária expansionista para consolidar a recuperação e aumentar o emprego mesmo que as perspectivas de crescimento estejam melhorando nas maiores economias do mundo, afirmou nesta quarta-feira a OCDE, reduzindo as projeções de expansão para o Brasil.
O crescimento continua baixo demais para "reparar e ativar os mercados de trabalho", disse a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), destacando que "inflação e taxas de juros anormalmente baixas criam um risco crescente de instabilidade financeira com tomada de risco e alavancagem provocadas por liquidez em vez de fundamentos."
Bancos centrais vão continuar a direcionar a recuperação, mas a OCDE alertou contra uma dependência exclusiva da política monetária.
"Uma abordagem mais equilibrada em relação à política é necessária com políticas fiscais e, especialmente, estruturais fornecendo suporte sinérgico à política monetária", disse a OCDE.
Em uma avaliação regular da economia mundial, a instituição confirmou sua previsão de crescimento de 3,1 por cento da economia dos Estados Unidos neste ano e de 3,0 por cento no próximo, sendo que as previsões que mais subiram foram para Índia, zona do euro e Japão.
Para a zona do euro, a OCDE elevou a projeção de crescimento para 1,4 por cento neste ano e 2,0 por cento em 2016, em ambos os casos 0,3 ponto percentual a mais do que a estimativa feita em novembro, graças à aceleração da atividade na Alemanha.
Para as economias que representam cerca de 70 por cento da economia global --Estados Unidos, zona do euro, Japão, Grã-Bretanha, Canadá, China, Índia, Brasil-- a OCDE disse que espera agora crescimento do PIB de 4,0 por cento em 2015, alta de 0,1 ponto percentual em relação a novembro.
Mas no caso do Brasil, a instituição estima agora contração de 0,5 por cento neste ano, queda de 2,0 pontos percentuais ante a projeção anterior. Para 2016 a expectativa é de crescimento de 1,2 por cento, 0,8 ponto a menos.