Economia

Brasil pode perder 18% do PIB per capita até 2060 com "guerra de tarifas"

A OCDE estima que as tarifas de importação mais altas vão gradualmente tirar meio ponto percentual do crescimento real do PIB global

Brasil: Segundo a OCDE, economias emergentes serão as mais afetadas com tarifas comerciais (Mario Tama/Getty Images)

Brasil: Segundo a OCDE, economias emergentes serão as mais afetadas com tarifas comerciais (Mario Tama/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de julho de 2018 às 15h23.

Última atualização em 12 de julho de 2018 às 15h59.

Paris - Grande economias emergentes como a China e a Índia sofrerão mais do que os países desenvolvidos se as tarifas de comércio retornarem aos níveis de 1990, disse a OCDE nesta quinta-feira em uma atualização de suas projeções econômicas de longo prazo.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou que as tarifas de importação mais altas vão gradualmente tirar meio ponto percentual do crescimento real do PIB global.

Até o fim do horizonte de previsão da OCDE em 2060, isso deixará os padrões de vida média mundiais cerca de 14 por cento mais baixos do que seria de se esperar.

No entanto, Brasil, Rússia, Índia, Indonésia e China poderiam esperar uma perda de 18 por cento do PIB real per capita até 2060, projetou a OCDE.

Os 36 países desenvolvidos pertencentes à OCDE verão os padrões de vida caírem 6 por cento em média e a zona do euro apenas 4,5 por cento, dado o alto nível de comércio entre eles e o fato de as tarifas da União Europeia já estarem baixas em 1990, disse a OCDE.

Em um cenário usual, sem reformas significativas, o crescimento econômico global anual deve desacelerar gradualmente nos próximos 40 anos, passando de 3,4 por cento atualmente para 2,0 por cento.

O crescimento global vai desacelerar à medida que as taxas nas grandes economias emergentes, agora em média de mais de 5 por cento, convergirem com os 2 por cento esperados, em média, nos países da OCDE até 2060.

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