Economia

OCDE: Brasil deve crescer 2,2%, mas falta de reforma é risco

O documento alerta para as dificuldades de manutenção da regra de gastos sem a reforma da Previdência

OCDE: será a prova dos nove para a capacidade das autoridades de implantar mais reformas estruturais (INSS/Agência Brasil)

OCDE: será a prova dos nove para a capacidade das autoridades de implantar mais reformas estruturais (INSS/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 11h27.

Brasília - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta que a economia brasileira crescerá 2,2% em 2018 e 2,4% em 2019.

Os dados constam do documento "Relatórios Econômicos OCDE: Brasil 2018", divulgado nesta quarta-feira, 28, pela entidade.

O secretário-geral da instituição, Angel Gurría, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, detalham o estudo nesta data em Brasília.

O documento avalia que a retomada do crescimento foi iniciada em 2017, após oito trimestres consecutivos de queda. "Espera-se que o crescimento fique mais forte em 2018 e 2019", aponta o relatório.

"Pressupondo a implantação de uma parte substancial dos atuais projetos de reforma, a confiança e as condições de crédito facilitadas darão apoio ao investimento."

As projeções da entidade para os investimentos são de 2,5% este ano, após registrar 2,5% negativos em 2017, e de 2,7% no ano que vem. O consumo privado deve avançar 3% neste ano e 2,5% no ano que vem e a taxa de desemprego deve recuar dos 12,7% em 2017 para 11,2% em 2018 e 9,4% em 2019.

Riscos

Essas projeções, no entanto, correm o risco de não se concretizarem se não forem seguidas à risca medidas na área fiscal. "Se o novo teto de gastos não for seguido, uma dinâmica fiscal insustentável poderia reduzir a confiança e disparar a volta da recessão", alerta.

O documento alerta também para as dificuldades de manutenção do crescimento sem a reforma da Previdência, "sem a qual a regra de gastos não será cumprida no médio prazo". "Será a prova dos nove para a capacidade das autoridades de implantar mais reformas estruturais."

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