A prioridade do Brasil deve ser combater a inflação, destaca o relatório da OCDE (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2011 às 11h42.
Brasília - A economia brasileira crescerá menos de 4% nos próximos dois anos, depois do resultado de 7,5% em 2010, e precisa de reformas que possam garantir a expansão econômica a longo prazo, afirma um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentado em Brasília.
"Reformas mais amplas são necessárias para estimular o crescimento a longo prazo, dinamizar os investimentos e reduzir ainda mais a pobreza", indica o documento.
Algumas reformas aconselhadas pela OCDE devem ser aplicadas ao sistema previdenciário.
A organização pede ao Brasil um aumento dos investimentos, com políticas que permitam reduzir os juros e a carga fiscal.
Também destaca que o "Brasil deve dar prioridade aos gastos em infraestrutura", considerado o calcanhar de Aquiles do país.
O relatório considera que o desafio mais imediato do Brasil é enfrentar a inflação, que em setembro alcançou 7,3% em ritmo anual, acima dos 4,5% da meta oficial e superior aos 6,5% de tolerância máxima.
A OCDE considera "compreensíveis" as medidas adotadas pelo país para conter a valorização do real, como a taxação temporária da entrada de capitais de curto prazo, uma medida que em outra época os organismos internacionais teriam chamado de intervencionista.
Mas a OCDE adverte que as medidas são "compreensíveis dadas as incertezas a economia global enfrenta, mas o Brasil deve confiar de maneira mais significativa na consolidação fiscal".
Por fim, a instituição incentiva o governo a continuar com a política de corte dos gastos públicos, mas também estimula o país a ampliar os programas sociais que tiraram milhões de pessoas da pobreza nos últimos anos, já que, afirma a OCDE, o Brasil deve prosseguir com a redução da pobreza.