Economia

OCDE alerta para risco de inflação no Brasil

Contenção dos gastos do governo e novos investimentos privados serão necessários para estabilizar a economia

"Um risco importante é a inflação mais alta, que pode colocar em perigo a credibilidade do banco central (brasileiro)", diz a OCDE (Divulgação/Banco Central)

"Um risco importante é a inflação mais alta, que pode colocar em perigo a credibilidade do banco central (brasileiro)", diz a OCDE (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 09h56.

Brasília - O Brasil precisa contar os gastos do governo e atrair investimentos privados se quiser derrotar a inflação e combater os riscos provocados pelos fluxos de entrada de capital voláteis, afirmou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em seu mais recente relatório econômico global, a OCDE disse que a inflação e os fluxos de capital continuam sendo as principais ameaças para o País.

"Um risco importante é a inflação mais alta, que pode colocar em perigo a credibilidade do banco central (brasileiro)", afirmou a instituição. "Os fluxos de entrada de capital podem exacerbar esse risco, embora uma mudança no sentimento que reverta esses fluxos possa prejudicar o crescimento."

Segundo a OCDE, os cortes nos gastos públicos anunciados mais cedo neste ano, que deixaram programas sociais e de infraestrutura intocados, foram um passo importante para ajudar a reduzir as pressões inflacionárias. Mas a instituição acrescentou que a credibilidade do governo seria melhorada com a implementação de "um plano de médio prazo de consolidação fiscal para otimizar o crescimento".

Em particular, a instituição recomendou um programa orçamentário plurianual que garantiria aos mercados que a redução dos gastos não será revertida com o tempo. Sobre a questão dos fluxos de moeda e da volatilidade no câmbio, a OCDE disse que o Brasil ainda tem mais trabalho a fazer para aprofundar seus mercados de capital. "No médio prazo, promover o desenvolvimento dos mercados financeiros de longo prazo aumentaria a capacidade do país de absorver os fluxos de capital e elevar o crescimento potencial", afirmou.

A OCDE observou que as perspectivas para a atividade econômica local permanecem positivas, com uma expansão prevista em torno dos níveis potenciais. A instituição projeta crescimento real de 4,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2011 e de 4,5% em 2012. Para a inflação, a expectativa é de recuo gradual, para 5,1% em 2012, ante taxa de cerca de 6,6% neste ano. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Mercado financeiroInflaçãoBanco Central

Mais de Economia

Alckmin celebra corte de tarifas dos EUA, mas cobra fim da sobretaxa

Haddad cobra votação de projeto que pune devedor contumaz na Câmara

PIB cresce em todos os estados em 2023; Acre, MS e MT lideram avanço

Número dos que procuram emprego há 2 anos cai 17,8% em 2025, diz IBGE