Economia

Obama agora enfrenta mesma economia fraca nos EUA

Vitória mostrou-se mais difícil devido às frustrações dos eleitores com o fraco ritmo da recuperação econômica e as preocupações com a elevada dívida pública


	Obama em seu discurso da vitória: melhor chance de acelerar o crescimento é remover a ameaça de recessão representada pelo "abismo fiscal"
 (Getty Images)

Obama em seu discurso da vitória: melhor chance de acelerar o crescimento é remover a ameaça de recessão representada pelo "abismo fiscal" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 09h27.

Washington - Os norte-americanos deram ao presidente Barack Obama o benefício da dúvida de que ele reúne as melhores condições de consertar a economia dos Estados Unidos.

Na verdade, pode não haver muito que ele consiga fazer para acelerar o crescimento e o emprego.

A vitória de Obama sobre o republicano Mitt Romney na disputa pela Casa Branca mostrou-se mais difícil devido às frustrações dos eleitores com o fraco ritmo da recuperação econômica e as preocupações com a elevada dívida pública.

A melhor chance do presidente de acelerar o crescimento é remover a ameaça de recessão representada pelos 600 bilhões de dólares em aumento de tributos e cortes de gastos do governo, conhecidos como "abismo fiscal", que já pesa sobre as decisões de investimentos.

E melhor ainda se ele conseguir fazer isso ao mesmo tempo em que garante um acordo de prazo mais longo que coloque o orçamento em um caminho mais sustentável --algo complicado dada a natureza ainda dividida da política em Washington.

"Obama terá que definir algumas dessas questões fiscais para fazer com que a economia avance rapidamente", disse o economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi. "Se ele não conseguir fazer isso, nós vamos ficar travados." A maior economia do mundo tem enfrentado dificuldades para conseguir qualquer coisa parecida com um crescimento forte desde que saiu da recessão de 2007/09.

O Produto Interno Bruto (PIB) anual se expandiu a uma média de apenas 2,1 por cento nos últimos dois anos. Apenas cerca de 4,5 milhões dos 8,7 milhões de empregos perdidos durante a contração foram recuperados. Cerca de 23 milhões de norte-americanos estão desempregados ou numa situação de subemprego, muitos deles tendo que se contentar com trabalhos de meio período.


Não apenas o governo está emprestando a um nível insustentável, com a dívida agora superando 16 trilhões de dólares, como a recessão deixou cicatrizes duradouras no mercado de trabalho, o que deve manter o desemprego elevado por muitos anos.

Além disso, o crescimento está se desacelerando no exterior, afetando as exportações dos EUA.

Impasse político permanece

Embora os democratas de Obama tenham mantido o controle do Senado, os republicanos retiveram sua posição na Câmara dos Deputados, mantendo o impasse político no Congresso.

Durante seu primeiro mandato, Obama não conseguiu amenizar a divisão entre os dois partidos sobre como reduzir o déficit do orçamento e há pouco para sugerir que dessa vez será mais fácil.

Ele tem pedido uma redução do déficit em mais de 4 trilhões de dólares em um período de 10 anos por meio da elevação de tributos para norte-americanos mais ricos e redução dos gastos com defesa, duas medidas impopulares entre os republicanos.

"Lidar com partidarismo e impasse no Congresso continuará sendo um importante desafio e o resultado da eleição de hoje certamente não torna a situação mais fácil", disse o economista-chefe do UniCredit Research, Harm Bandholz.

A total implementação do plano de corte de déficit de Obama vai afetar o crescimento em 2013, e alguns economistas esperam que ele ofereça alguma forma de alívio tributário para as famílias em busca de amenizar o golpe.

Acompanhe tudo sobre:PersonalidadesPolíticosPaíses ricosEstados Unidos (EUA)Eleições americanasBarack Obama

Mais de Economia

Sindicalização cresce pela 1ª vez em uma década e atinge 8,9%

2026 terá avanço da IA, inflação alta e mundo fragmentado, prevê J.P. Morgan

Mudança em mercado de carbono será 'divisor de águas', diz diretor do Itaú BBA

Senado aprova projeto de atualização patrimonial com itens da MP do IOF