Sabesp: empresa pública paulista está na lista de privatizações (Sabesp/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 18h04.
Última atualização em 18 de agosto de 2022 às 18h32.
Os três candidatos ao governo de São Paulo mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais participaram do MacroDay 2022, evento do banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), nesta quinta-feira, 18. Em painéis separados, Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Rodrigo Garcia (PSDB) falaram as respectivas propostas para a economia paulista e o que pensam sobre as privatizações.
Veja abaixo os principais pontos. A disposição dos candidatos foi feita por ordem alfabética.
“Não sou dogmático quanto à privatização. A Ceagesp precisa ser privatizada. A Sabesp não precisa ser vendida. É uma empresa de capital aberto, que pode fazer PPP, concessão, operação de crédito. Se ela tiver boa governança, com algo essencial como é água, ela pode ficar sob a administração do estado.”
“A Sabesp tem uma realidade diferente de 2019 e o estado tem uma realidade diferente de 2019. Antes, ele tinha déficit. Fizemos a primeira PPP do Brasil e São Paulo baliza as obras do país. Para pensar em se desfazer desse ativo, é necessário saber as condições do seu governo. Vender um ativo para focar em infraestrutura, as pessoas veem com um olhar diferente. Se a privatização estiver ligada ao consumidor, se melhorar o serviço, à tarde ela está vendida. Se não, ela continua como está.”
"São Paulo tem bastante potencial de infraestrutura. Falta ligar a malha ferroviária sul a São Paulo, fazer os trens intercidades, ligando a cidade de São Paulo a Campinas, por exemplo, a descida ferroviária até a Baixista Santista. Tem de terminar o Rodoanel. Temos tudo para transformar São Paulo em um grande canteiro de obras e a iniciativa privada vai ser importante para impulsionar esses investimentos."
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“Quero criar um sistema estadual de inovação. São Paulo produz 50% do conhecimento brasileiro. Se levar em conta o impacto, é mais. O que os estados modernos estão fazendo é ser parte desse desenvolvimento, com crédito e, eventualmente, com capital de risco. O setor privado é importante e a outra parte são as instituições de pesquisa. Não vamos reindustrializar esse estado se tivermos barreiras para colocar a indústria 4.0. O estado precisa ter papel indutor”.
"Todos os benefícios fiscais que foram reduzidos durante a pandemia de covid-19 serão retomados na fotografia do cenário de 2019. Pobre não vai pagar imposto [com isenção de ICMS], e é uma questão de justiça social. A desoneração para essa população é de R$ 1 bilhão. E isso é possível porque São Paulo está em equilíbrio fiscal. Passado o calor do período eleitoral, pode ter um debate de reforma tributária, principalmente na questão de ICMS porque ela é nefasta. Eu acredito em um grande pacto federativo."
"A reindustrialização vai depender de algumas alavancas, uma delas é a geração de energia, com gás, solar, e outras matrizes. A segunda é crédito e fazer com que ela chegue no micro e médio empreendedor. A terceira é a tributária, e a quarta é a infraestrutura. Enquanto a reforma tributária não acontece no Congresso, tem questões que causam problemas. Uma delas é a alíquota de ICMS. Não dá para competir com quem tem valor menor. É uma conta salgada que o governo precisa dar uma aliviada."
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