Economia

O que diz a proposta do governo sobre taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês; entenda

Ministério da Fazenda quer criar uma alíquota mínima de imposto de 10% que incidirá sobre as pessoas com renda que anualizada ultrapassa os R$ 600.000

A proposta será enviada ao Congresso para compensar a perda de arrecadação de R$ 35 bilhões prevista com o aumento da faixa de isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas com rendimentos de até R$ 5.000 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A proposta será enviada ao Congresso para compensar a perda de arrecadação de R$ 35 bilhões prevista com o aumento da faixa de isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas com rendimentos de até R$ 5.000 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 11h33.

O governo quer criar uma alíquota mínima de imposto de 10% que incidirá sobre as pessoas com renda mensal superior a R$ 50.000, que anualizada ultrapassa os R$ 600.000, informou nesta quinta-feira, 28, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A proposta será enviada ao Congresso Nacional para compensar a perda de arrecadação de R$ 35 bilhões prevista com o aumento da faixa de isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas com rendimentos de até R$ 5.000.

"Pessoas que têm renda maior de R$ 50 mil por mês vão passar a pagar o mínimo. Uma pessoa que tenha renda de alugueis, salário e dividendos somará o que ela recebeu e vai calcular uma alíquota de 10% do que recebeu em todas as rubricas. Vamos supor que ela tenha renda de R$ 600 mil. Ela terá que calcular se pagou R$ 60 mil de imposto de renda. Se pagou apenas R$ 35 mil vai ter que recolher R$ 25 mil para completar. Mas se ela ganhou R$ 600 mil e já pagou R$ 80 mil de imposto, ela não pagará esse imposto", disse.

Segundo o Ministério da Fazenda, atualmente, para o 1% mais rico, a alíquota efetiva de imposto de renda é de 4,2% e, para o 0,01% mais rico, a alíquota efetiva é 1,75%.

A ideia do governo é que a proposta tramite no Legislativo em 2025 e, se aprovada, tenha validade a partir de 2026.

Limite de isenção por razão de doença

No mesmo projeto, o governo também pretende limitar a isenção de IR por razão de doença para pessoas com renda de até R$ 20.000.

Pela lei vigente no país, as seguintes doenças graves dão direito à isenção, independentemente da renda:

  • AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
  • Alienação Mental
  • Cardiopatia Grave
  • Cegueira (inclusive monocular)
  • Contaminação por Radiação
  • Doença de Paget em estados avançados (Osteíte Deformante)
  • Doença de Parkinson
  • Esclerose Múltipla
  • Espondiloartrose Anquilosante
  • Fibrose Cística (Mucoviscidose)
  • Hanseníase
  • Nefropatia Grave
  • Hepatopatia Grave
  • Neoplasia Maligna
  • Paralisia Irreversível e Incapacitante
  • Tuberculose Ativa
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