Economia

O que a Austrália tem em comum com o Brasil e a Rússia?

A moeda australiana sofreu uma das desvalorizações mais rápidas em sua taxa de câmbio real, superada apenas por um grupo cheio de problemas econômicos


	Dólar australiano
 (Carla Gottgens/Bloomberg)

Dólar australiano (Carla Gottgens/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2015 às 20h37.

A moeda da Austrália sofreu uma das desvalorizações mais rápidas em sua taxa de câmbio real, superada apenas por um grupo esfrangalhado de economias em problemas.

Kieran Davies, da Barclays Plc, estima que a queda de 16 por cento do dólar australiano desde 2013 até o fim do segundo trimestre é a mais acelerada depois da queda da Colômbia – onde o crescimento caiu pela metade; da Rússia, que está em recessão; do Brasil, que também está em queda, e do Japão.

Todas essas economias, exceto o Japão, estão sofrendo com a queda dos preços do petróleo e das commodities diante da desaceleração da economia da China.

“Excetuando-se uma pequena queda no pior momento da crise financeira mundial, este é o menor patamar desde 2007” para o dólar australiano, disse Davies, economista-chefe da Barclays na Austrália, que calcula que a taxa de câmbio real caiu mais 3 por cento até agora neste trimestre.

A desvalorização deve acrescentar meio ponto porcentual ao crescimento neste ano e no próximo, disse ele.

Discurso negativo

Mesmo assim, Davies, usando o modelo de valor justo do Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês), estima que a taxa de câmbio real continua 6 por cento sobrestimada neste trimestre, devido à maior queda dos preços das commodities ao longo do período.

O índice de preços de commodities do banco central australiano caiu 37 por cento desde o começo de 2013 em termos de dólares americanos.

Como resultado, ele acredita que o RBA provavelmente não vai alterar seu discurso negativo sobre a moeda.

"Eu acho que eles estariam à vontade se continuasse caindo", disse Davies, ex-funcionário do Tesouro. "Algumas vezes o RBA eliminou a referência à necessidade da desvalorização da moeda, o mercado sobreinterpretou esse gesto e o RBA teve que voltar atrás".

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