Economia

Número de empregados com carteira no setor privado cresceu

O crescimento foi de 11,8% em dois anos


	Carteira de Trabalho: todas regiões brasileiras apresentaram crescimento nos empregos com carteira assinada
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Carteira de Trabalho: todas regiões brasileiras apresentaram crescimento nos empregos com carteira assinada (Marcello Casal Jr/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2012 às 12h30.

Rio de Janeiro – O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 11,8% em dois anos e chegou a 33,9 milhões em 2011. Os empregos com carteira assinada representaram 74,6% do total dos postos na iniciativa privada naquele ano. Em 2009, a proporção era menor: 70,2%.

Os dados constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra ainda que o total de empregados sem carteira assinada caiu 10,3% no período e passou a representar apenas 25,4% da força de trabalho do setor privado.

Segundo o IBGE, a tendência já vinha sendo observada desde 2005. Todas regiões brasileiras apresentaram crescimento nos empregos com carteira assinada, com destaque para a Centro-Oeste, que teve o maior aumento (19,2%). A Região Norte teve a menor evolução entre 2009 e 2011 (9,1%).

“O nível de educação [do trabalhador] tem um papel importante nisso. Pessoas mais escolarizadas, em geral, trabalham mais com carteira assinada. E aumentou, nos últimos anos no Brasil, a participação de pessoas mais escolarizadas na mão de obra total, na população economicamente ativa”, destaca Fernando de Holanda, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

A Pnad mostrou ainda que a maior parte da força de trabalho brasileira é formada por empregados (61,3%) e trabalhadores por conta própria (21,2%). Ambos os segmentos aumentaram sua participação, já que, em 2009, representavam, respectivamente, 59% e 20,7%. Já as demais categorias ficaram estáveis ou tiveram queda no período.


Os trabalhadores domésticos, por exemplo, passaram de 7,8% a 7,1% do total; os empresários, de 4,4% para 3,4% e os não remunerados, de 4,1% para 3%.

Ainda de acordo com a Pnad, o percentual de negócios registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) cresceu no período. Os trabalhadores por conta própria que tinham negócio registrado passaram de 14% para 15,6% e chegaram a 3,1 milhões. Já os empresários com negócios registrados passaram de 68,4% para 75,5% do total e chegaram a 2,4 milhões.

Entre os segmentos econômicos que mais empregam no país, destaca-se o setor de serviços, cuja força de trabalho cresceu 5% no período e passou a representar 41,5 milhões de pessoas (cerca de 45% do total). O segmento de comércio e reparação teve alta de apenas 1,9% na força de trabalho, mas continuou apresentando o segundo maior contingente de mão de obra do país: 16,5 milhões (18% do total).

O mercado de trabalho da construção civil foi o que mais cresceu entre 2009 e 2011 (13,6%) e passou a representar 8,4% (7,8 milhões) do total. Em 2009, o setor respondia por 7,5% da força de trabalho do país.

Os segmentos agrícola e industrial tiveram queda no número de empregados, de 7,3% e de 8%, respectivamente. Em 2011, a agricultura empregava 14,1 milhões de pessoas (15% do total) e indústria, 12,4 milhões (13%).

Acompanhe tudo sobre:EmpregosEstatísticasIBGEMercado de trabalhoNível de empregoPNAD

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China