Economia

Núcleo da inflação dos EUA sobe e mercado de trabalho indica melhora

Índice que exclui componentes voláteis de alimentos e energia subiu 0,3%, enquanto pedidos de seguro-desemprego tiveram alta menor do que esperado

Mesmo com inflação um pouco mais alta, o que indica uma economia mais aquecida, FED deve cortar juros dos EUA (Eduardo Munoz Alvarez/Getty Images)

Mesmo com inflação um pouco mais alta, o que indica uma economia mais aquecida, FED deve cortar juros dos EUA (Eduardo Munoz Alvarez/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 11 de julho de 2019 às 11h38.

Última atualização em 11 de julho de 2019 às 11h43.

Washington — O núcleo dos preços ao consumidor dos Estados Unidos subiu em seu maior ritmo em quase um ano e meio em junho, em meio a ganhos sólidos nos custos de uma série de produtos e serviços, mas provavelmente não mudará as expectativas de que o Federal Reserve reduza a taxa de juros este mês.

Sinais de recuperação no núcleo da inflação, juntamente com um forte mercado de trabalho podem, no entanto, moderar as expectativas de que o Fed reduzirá os custos dos empréstimos pelo menos duas vezes este ano.

Um corte nos juros na reunião de 30 e 31 de julho, o primeiro em uma década, é quase certo depois que o chairman do Fed, Jerome Powell, disse na quarta-feira aos parlamentares que o banco central norte-americano "agirá como apropriado" para proteger a economia dos riscos crescentes, como tensões comerciais e desaceleração do crescimento global.

O Departamento de Trabalho informou nesta quinta-feira que seu índice de preços ao consumidor excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia subiu 0,3% no mês passado. Esse é o maior aumento desde janeiro de 2018 e vem após quatro avanços mensais seguidos de 0,1%.

O núcleo do índice foi impulsionado por fortes ganhos nos preços de vestuário, carros usados e caminhões, assim como mobiliário doméstico. Houve também aumentos no custo de saúde e aluguéis. Nos 12 meses até junho, o núcleo da inflação subiu 2,1% após avançar 2,0% em maio.

Mas o índice geral subiu 0,1% no mês passado, limitado pelos preços mais baixos da gasolina e dos alimentos, igualando a alta de maio. O índice aumentou 1,6% na comparação ano a ano em junho, após subir 1,8% em maio.

Economistas consultados pela Reuters previam que o índice permanecesse inalterado em junho e o núcleo da inflação ganhasse 0,2%.

O Fed, que tem uma meta de inflação de 2%, acompanha o índice de preços PCE para determinar sua política monetária. O núcleo do índice de preços PCE aumentou 1,5% na comparação ano a ano em maio e atingiu sua meta neste ano.

Em outro relatório divulgado na quinta-feira, o Departamento de Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 13 mil, para 209 mil em número ajustado sazonalmente na semana encerrada em 6 de julho, o nível mais baixo desde abril. Economistas consultados pela Reuters estimavam que os pedidos aumentariam para 223 mil na última semana.

A média móvel de quatro semanas dos pedidos iniciais, considerada uma medida melhor das tendências do mercado de trabalho já que elimina a volatilidade semanal, caiu de 3.250 para 219.250 na semana passada.

A força sustentada do mercado de trabalho pode ajudar a sustentar a economia, que também está desacelerando com a redução do impacto do estímulo do ano passado decorrente da redução de impostos e mais gastos do governo.

A produção está em dificuldades, o déficit comercial está se ampliando novamente, os gastos dos consumidores estão subindo moderadamente e o setor habitacional continua atolado em um ritmo moderado.

Apesar dos riscos crescentes para a expansão econômica de 10 anos, a mais longa da história, o mercado de trabalho continua saudável. A economia criou 224 mil empregos em junho. O aperto no mercado de trabalho, no entanto, não gerou ganhos salariais robustos. Isso ajudou a manter a inflação moderada.

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