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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
SÃO PAULO - Após quase seis meses de atraso e quatro adiamentos, entra em cena hoje o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que promete interligar em tempo real todas as operações financeiras entre os bancos e processar as transações exclusivamente por meio eletrônico, sem a movimentação de papéis.
Todas as transações serão monitoradas em real time pelo Banco Central (BC) e pela Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que supervisionaram de perto o processo de atualização tecnológica dos bancos.
A primeira missão dos CIOs (Chief Information Officers) das maiores instituições financeiras do país foi migrar os usuários do office banking para a internet. Cumprida a tarefa, foi a vez de fazer um upgrade nos servidores, cuidar com carinho das linhas de transmissão de dados e, por fim, criar novos sistemas de comunicação e de processamento de dados. O BC justificou o atraso na adoção do SPB devido aos exaustivos testes realizados pelos bancos. "Trabalhamos exaustivamente para garantir o funcionamento dos sistemas", afirma Maurício Ghetler, CIO do Banco Santos.
O novo SPB começa a se tornar visível hoje com a criação de um novo meio de pagamento, denominado Transferência Eletrônica Disponível (TED). Trata-se de uma espécie de DOC, mas com processamento imediato (ou seja, tanto o débito na conta do emissor como o crédito na conta do receptor são feitos em tempo real, desde que haja fundos para isso).
Até o fim de maio, o valor mínimo para a realização de uma TED será de 5 milhões de reais. Esse valor exorbitante, no entanto, cairá gradualmente se o sistema funcionar sem bugs. A expectativa do BC é permitir transações pela TED com qualquer quantia a partir do final de agosto. Nessa data também deverão ser adotadas as tecnologias de certificação digital das transações online, que estão sendo desenvolvidas pelo Serasa e pela CertiSign. Essas empresas, no entanto, ainda esperam pela autorização do BC para atuar.