Aeroporto de Fortaleza: leilão será realizado em 16 de março (Jorge Andrade/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 09h54.
São Paulo - O leilão dos aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza, marcado para o dia 16 de março, deve contar majoritariamente com a participação de consórcios mistos, unindo investidores nacionais e internacionais.
No entanto, analistas e especialistas acreditam que os lances pelos ativos deverão conter ágios menores em relação aos leilões anteriores.
Além disso, em meio às incertezas econômicas e políticas do País, operações no setor de infraestrutura devem se concentrar mais na renovação de contratos do que na realização de novas concessões.
Para o coordenador do Núcleo de Logística, Infraestrutura e Supply Chain da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, os aeroportos são atraentes para os grupos internacionais, uma vez que o setor possui um marco regulatório adequado, os investimentos não são tão altos em relação ao potencial de retorno e a participação da Infraero foi retirada da modelagem - nos leilões passados, a estatal continuava com uma fatia de 49% dos aeroportos.
Resende destaca, contudo, que a participação dos grupos nacionais permanece uma incógnita, devido ao envolvimento de players importantes na Operação Lava Jato.
"No entanto, a atratividade continua e provavelmente teremos um mix de grupos internacionais e nacionais, até mesmo em consórcio", afirma.
Outros casos
Nos outros modais de infraestrutura, os analistas avaliam que a ocorrência de eventuais concessões devem ser pontuais - além dos aeroportos, o governo anunciou até agora apenas o leilão de um terminal portuário em Santarém (PA), em 23 de março.
"Por causa da instabilidade geral no cenário político, me parece mais factível que vejamos a prorrogação antecipada do que já existe e a relicitação de concessões que vem sofrendo questionamentos", avalia o sócio da LL Advogados, Leonardo Coelho.
Para Resende, a MP 752, conhecida como MP das Concessões, editada pelo governo em novembro, vai ao encontro dessa percepção.
"A MP teve uma preocupação muito mais de garantir a continuidade de algumas concessões já realizadas do que cuidar da garantia de segurança das novas", diz.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.