Nova medição inclui a preservação como fator de prosperidade (Getty Image)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2012 às 07h28.
Rio de Janeiro - Alguns países com grandes economias mostram crescimento significativamente baixos quando os recursos naturais, como as florestas e a água, são contabilizados nos indicadores de crescimento, mostrou um índice neste domingo, poucos dias antes do início da conferência Rio +20, no Rio de Janeiro.
O Índice Inclusivo de Riqueza foi mostrado pelo Programa Internacional de Dimensões Humanas das Mudanças Ambientais Globais (UNU-IHDP, na sigla em inglês) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Cientistas e grupos ambientalistas estão pressionando os governos para que eles incluam o valor dos recursos naturais dos países - e o uso ou perda deles - nas futuras medições da atividade econômica, para mostrar suas reais perspectivas de crescimento futuras.
A ideia de um indicador expandido, conhecido como PIB+ e que inclui o PIB e o capital natural, estará na agenda do Rio +20, que ocorrerá de 20 a 22 de junho, quando ministros do Meio Ambiente e chefes de Estado de cerca de 200 países tentarão definir metas para o desenvolvimento sustentável.
O índice mostra a "riqueza inclusiva" de 20 nações, levando em consideração as manufaturas e capitais humanos e naturais - como florestas, pescas e combustíveis fósseis - em vez de se importar apenas com o PIB (Produto Interno Bruto) como indicador do crescimento.
Os países avaliados foram: Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Índia, Japão, Quênia, Nigéria, Noruega, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Venezuela. O prazo de avaliação foi de 1990 a 2008.
Juntas, essas nações foram responsáveis por quase três quartos do PIB global no período de 19 anos. O índice mostrou que 19 dos 20 países tiveram declínio do capital natural. Seis Estados também testemunharam queda na riqueza inclusiva geral, sendo classificados como insustentáveis, afirmou o Pnuma.
"A Rio +20 é uma oportunidade para pedir um tempo no PIB como medida de prosperidade no século 21, e como barômetro de uma transição para a economia inclusiva verde", afirmou o Subsecretário geral da ONU e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, em comunicado.
"Ele (PIB) é muito silencioso em grandes medidas de bem-estar humano, isto é, muitos assuntos sociais e o estado dos recursos naturais de uma nação", acrescentou.
O índice mostrou que embora China, EUA, Brasil e África do Sul tenham apresentado crescimento do PIB, seus recursos naturais foram significativamente exauridos.
Quando medidas apenas pelo PIB, as economias de China, EUA, Brasil e África do Sul cresceram 422 por cento, 37 por cento, 31 por cento e 24 por cento, respectivamente, entre 1990 e 2008. Quando a performance é avaliada da outra maneira, a economia chinesa cresceu 45 por cento, os EUA 13 por cento, o Brasil 18 por cento e a África do Sul teve queda econômica de 1 por cento, principalmente devido ao esgotamento dos recursos naturais, informaram o Pnuma e o UNU-IHDP em comunicado.
Seis nações - Rússia, Venezuela, Arábia Saudita, Colômbia, África do Sul e Nigéria - tiveram crescimento negativo na nova medição, mas positivo pelo PIB.