Economia

Novo imposto semelhante à CPMF terá impacto negativo na economia, diz Maia

Presidente da Câmara voltou a criticar o novo imposto analisado pelo governo federal

Rodrigo Maia (Adriano Machado/Reuters)

Rodrigo Maia (Adriano Machado/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 06h29.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 08h16.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse neste domingo que a criação de um novo imposto semelhante à CPMF vai resultar em aumento de carga tributária e terá impacto negativo na economia como um todo.

— Não é apenas aumento da carga tributária. Tem todo o impacto negativo na economia de um imposto parecido com a CPMF — respondeu Maia, ao ser procurado para comentar a fala do presidente Jair Bolsonaro, neste domingo, de que autorizou a equipe econômica a defender a criação de um novo imposto, mas sem elevar a carga.

O presidente disse neste domingo que autorizou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a propor um novo imposto, mas sem aumento de carga tributária. Segundo ele, o novo tributo tem que ser compensado com extinção de outro imposto ou desoneração.

— O que eu falei com o Paulo Guedes é que pode ser o imposto que você quiser. Tem que ver do outro lado o que vai deixar de existir. Se vai diminuir o IR (Imposto de Renda), desonerar folha de pagamento, acabar com o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) — disse o presidente.

Bolsonaro deu aval para Guedes testar a aceitação do novo imposto sobre pagamentos, nos moldes da antiga CPMF, embora o presidente não deva fazer nenhum movimento de apoio público ao tributo.

Guedes sugeriu uma cobrança sobre transações eletrônicas, como transferências e pagamentos digitais, nos moldes da antiga CPMF. Bolsonaro garantiu que só haverá um novo imposto sem aumento de carga tributária. Em caso de rejeição da proposta pela população, o presidente disse que não irá fazer alterações.

Segundo especialistas é  “ilusão” acreditar que o novo tributo vai tornar o sistema tributário mais equilibrado, porque o objetivo do governo é arrecadar mais para conseguir fechar as contas públicas.

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