Aposentadoria: segundo ele, a participação industrial já foi de cerca de 20% do PIB e agora está em torno de 10% (AndreyPopov/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de março de 2018 às 17h18.
São Paulo - O economista e diretor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (EESP-FGV), Yoshiaki Nakano, avaliou que a situação fiscal brasileira é dramática. Dessa forma, segundo ele, o governo que assumir em 2019 terá de fazer várias reformas, como mudanças na metodologia de reajuste do salário mínimo e a aprovação da reforma da Previdência.
A declaração foi dada na abertura do seminário Cenários Fiscais e o papel da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal, na sede da EESP em São Paulo. Nakano é conselheiro consultivo do IFI.
Nakano também lembrou que o novo governo terá de lidar com a queda da participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, a participação industrial já foi de cerca de 20% do PIB e agora está em torno de 10%, o que significa perda estrutural de arrecadação, já que o setor tem maior carga tributária.
O economista ainda disse que o IFI tem um papel importante para melhorar a questão fiscal brasileira, mas que, se não houver mudanças no sistema político, esse processo será muito difícil.
"Se não conseguir mudar o viés pró-déficit, pró-endividamento dos governantes, esses órgãos fiscais independentes não vão ter poder nenhum. Dessa maneira, tudo só vai funcionar se o País entrar numa crise gravíssima, como um retorno da hiperinflação. Gravíssima também está virando a situação do Rio, que já não está pagando funcionários."