Imagem de arquivo de Jair Bolsonaro e Ernesto Araújo: novo chanceler sinaliza esforço para estreitar parcerias comerciais Brasil-EUA (Instagram/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 08h50.
Brasília - A estrutura do Itamaraty precisa mudar para facilitar as relações bilaterais que pautarão a política externa do governo de Jair Bolsonaro.
A afirmação foi feita pelo futuro chanceler, Ernesto Araújo, em reunião do Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos, segundo relatos de participantes.
Ele afirmou ainda que "o céu é o limite" no futuro da relação entre os dois países e que seria "fundamental" obter apoio dos americanos para o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O governo americano estava representado por Landon Loomis, assessor especial do gabinete do vice-presidente.
A reunião foi marcada pelo otimismo do empresariado dos dois países, que esperam ver removidas barreiras aos negócios.
A avaliação geral é que o comércio bilateral, da ordem de US$ 5o bilhões ao ano, não está à altura do potencial da parceria e pode ser fortemente expandido.
Segundo afirmou o chanceler, o momento se apresenta como uma oportunidade para levar o relacionamento entre os dois países a níveis impensáveis.
Araújo comentou que a relação do Brasil com os Estados Unidos tinha um "teto", por isso só foi possível até hoje concretizar 10% do desejado.
A máquina negociadora brasileira, disse o chanceler, é atrasada.
Segundo ele, o Itamaraty divide os temas em áreas temáticas desconectadas umas das outras, o que dificulta o desenvolvimento das relações bilaterais - onde, no seu entender, está o dinamismo do mundo atual.
Araújo prometeu mudanças. Nas relações bilaterais, disse ele, o foco estará no setor privado.