Dinheiro: alta real do crédito direcionado desacelerou de 18% para 17,3%, reiteram os analistas (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 14h19.
São Paulo - Os dados sobre as operações de crédito em novembro voltaram a refletir o momento de moderação pelo qual passa esse mercado.
A avaliação consta em nota que a MCM Consultores distribuiu nesta segunda-feira, 22, a seus clientes.
Para os economistas da empresa, outubro é que apresentou um movimento atípico, com expansão de acima da média tanto do crédito consignado como dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo informou hoje o BC, o estoque de operações de crédito cresceu 1,3% em novembro relativamente a outubro, para R$ 2,963 trilhões.
No acumulado do ano até novembro, houve uma expansão de 9,1% e crescimento em 12 meses de 11,8%.
"Passado o movimento atípico de outubro, com a expansão acima da média tanto do crédito consignado como dos empréstimos do BNDES, os dados de novembro voltam a refletir o momento de moderação pelo qual passa o mercado de crédito. Embora a inadimplência das famílias, beneficiada pela composição dos empréstimos e pela maior seletividade das instituições, siga controlada", comentam na nota economistas da MCM Consultores.
Eles dizem, no entanto, esperar piora dessa variável em 2015.
"O aumento de concessões em modalidades rotativas de crédito, tidas como emergenciais, sinaliza risco de inadimplência à frente", alertam.
De acordo com o Banco Central, a inadimplência da pessoa física recuou para 4,2% do total da carteira de crédito em novembro, apesar da relativa estabilidade do porcentual de atrasos acima de 90 dias tanto na carteira de recursos direcionados (1,7%) como livres (6,5%).
Na carteira de recursos livres, as únicas modalidades a apresentar elevação da inadimplência foram cheque especial e cartão de crédito.
O saldo de crédito às famílias teve crescimento de 13% na comparação com novembro do ano passado. Em outubro, na mesma base de comparação, o crescimento havia sido de 13,3%.
"A desaceleração foi verificada tanto no crédito com recursos livres (de 5,2% para 4,9% em novembro ante igual mês do ano passado) como nos direcionados (de 25,7% para 25%)", destacam os economistas.
Em termos reais, a variação interanual do crédito livre permanece em terreno negativo (1,5%, ante 1,3% na comparação anual em outubro), ao passo que o crescimento real do crédito direcionado desacelerou de 18% para 17,3%, reiteram os analistas.