Trump e Xi Jinping: O governo chinês afirmou que o aumento por parte dos americanos viola as regras da OMC (Pool/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de agosto de 2018 às 05h51.
Última atualização em 23 de agosto de 2018 às 05h56.
São Paulo - Conforme prometido, os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre mais US$ 16 bilhões em produtos chineses nesta quinta-feira, 23. O movimento foi confirmado em meio às negociações comerciais entre os dois países, em Washington. Logo em seguida, Pequim respondeu impondo sobretaxação a produtos americanos na mesma intensidade. Os novos encargos chineses passaram a valer 0h01 (horário local, 1h01 de Brasília), segundo anunciou hoje a agência estatal "Xinhua" citando autoridades chinesas, pouco depois que a autoridade alfandegária americana começou oficialmente a cobrar encargos pelo mesmo valor a um total de 279 produtos chineses.
O Ministério do Comércio também anunciou hoje, através de um comunicado, que apresentará outra queixa formal na Organização Mundial do Comércio (OMC) para defender o sistema multilateral de comércio e seus direitos após as últimas medidas protecionistas de Donald Trump. "A China se opõe firmemente e tem que tomar mais uma vez as contramedidas necessárias", afirmou o comunicado, denunciando mais uma vez que a decisão do governo americano vai contra os princípios da OMC.
Automóveis dos EUA e maquinário industrial e componentes eletrônicos chineses estão entre os itens atingidos pelas novas taxas, que ocorrem após o aumento realizado em julho, que atingiu US$ 34 bilhões em importações.
O governo chinês afirmou que o aumento por parte dos americanos viola as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Por isso, a China vai recorrer ao mecanismo de solução de controvérsias na entidade para defender seus interesses e as regras multilaterais do comércio.
Sem nenhum acordo à vista, economistas alertam que o conflito pode se espalhar e reduzir em 0,5 ponto porcentual o crescimento econômico global até 2020.