CESP: Três Irmãos pertencia à estatal paulista de geração de energia, que foi uma das empresas que não aderiram ao programa de renovação antecipada das concessões (Marcos Issa/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 09h30.
Brasília - Classificado de "sucesso do sucesso", o leilão da usina hidrelétrica de Três Irmãos na semana passada pode ser uma amostra do pouco apetite dos investidores, após a aprovação da nova regulamentação federal para a energia elétrica.
Houve apenas uma oferta, que saiu vencedora com uma proposta quase sem deságio. A proposta reduziu em R$ 0,87 o teto de receita anual proposto pelo governo para a licitação, que era de R$ 31.623,036,87.
Especialistas dizem que, dado o grau de insegurança regulatória e de descapitalização que se instalou após o pacote do setor elétrico, esse desempenho era esperado. Antes do leilão de Três Irmãos, eles já informavam que a tendência era haver poucos participantes.
E, havendo, o mais provável é que esses seriam de dois tipos: empresas ligadas ao governo federal e empresas privadas com pouca experiência, que cobrariam caro para cobrir o risco elevado envolvido no negócio.
Três Irmãos pertencia à CESP, estatal paulista de geração de energia que foi uma das empresas que não aderiram ao programa de renovação antecipada das concessões.
Este programa é a raiz do pacote de redução da conta de luz anunciado pela presidente Dilma Rousseff em setembro de 2012. A concessão da usina hidrelétrica venceu ano passado e, por isso, ela foi leiloada agora.
Porém, a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que, também nesse caso, há dúvidas regulatórias. O governo paulista quer saber, por exemplo, como ficam as eclusas e o canal de Pereira Barreto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.