6. Noruega (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
João Pedro Caleiro
Publicado em 8 de julho de 2017 às 08h00.
Última atualização em 8 de julho de 2017 às 08h00.
São Paulo - Se não fosse "imposto", ninguém pagava, certo? Pois a Noruega tentou subverter o ditado.
O país começou em junho a permitir que os cidadãos contribuam de forma voluntária para as contas públicas pagando mais imposto do que o exigido por lei.
Mas a resposta foi fraca: apenas 1.325 dólares arrecadados até agora, segundo informações do Ministério das Finanças divulgadas pela Bloomberg.
A Noruega é um dos países com melhor qualidade de vida no mundo, mas os cidadãos pagam alto por isso: a parcela de imposto no topo da pirâmide de renda é de 46,7%.
Contexto
A produção de petróleo permitiu que a Noruega criasse o maior fundo soberano do mundo, mas com regras estritas para retirada de recursos.
Pouco após chegar ao poder no final de 2013, o atual governo se deparou com uma queda brutal do preço do petróleo que gerou uma grave crise econômica.
A solução encontrada foi tirar dinheiro do fundo e cortar impostos, algo que segundo os críticos, favoreceria os ricos e aumentaria a desigualdade.
Há uma eleição marcada para o dia 11 de setembro e as pesquisas apontam para uma vitória da oposição de Jonas Gahr Store, do Partido Trabalhista.
Detalhe: ele tem um patrimônio líquido de 8 milhões de dólares e reclamou no começo do ano que estava pagando o que julgava ser pouco em impostos.
O fundo parece ter ele como alvo, mas não contou com sua contribuição. Um assessor do Partido Trabalhista diz para a Bloomberg que a ideia do "imposto voluntário" foi um truque de campanha e que acabou custando mais do que conseguiu arrecadar.