Joseph Stiglitz: o economista americano também já foi chefe do Banco Mundial (Chris Hondros/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 5 de setembro de 2021 às 14h47.
O prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz se posicionou a favor de um imposto mínimo de 25% para as multinacionais e qualificou como "iniciativa fantástica" o acordo adotado pelos países do G20 que prevê uma taxa de ao menos 15%, em entrevista à AFP.
- Acho que teria que ser 25%, mas política é a arte das concessões, espero que cheguem a pelo menos 20% - disse ele no Fórum Ambrosetti, organizado pela consultoria The European House, em Cernobbio, norte da Itália.
O economista disse considerar 15% muito baixo para acabar com a “corrida ao mínimo” do nível fiscal.
Os ministros de Finança do G20 aprovaram, em julho, em Veneza, uma acordo para impor imposto às multinacionais, que devem entrar em vigor em 2023, com objetico de por fim aos paraísos fiscais.
O acordo prevê o estabelecimento de um imposto global de "ao menos 15%" sobre os lucros das multinacionais e repartir de forma mais justa os direitos de tributar essas empresas, sobre tudo as gigantes digitais, especialistas em otimização tributária.
- O sistema tributário das multinacionais tem mais de cem anos e não está mais adaptado à economia mundial do século 21, é um sistema aberto a abusos. A alíquota efetiva é muito menor que a oficial - disse Stiglitz.
Na avaliação do Nobel de Economia, a política de países como Luxemburgo e Irlanda, de nivelar por baixo a tributação a essas empresas, " minou a solidariedade global e o sistema econômico global".
Ex-chefe do Banco Mundial, Stiglitz disse que o G20 firmou um compromisso muito importante ao se comprometer a acabar com esta "corrida para o fundo”.