Economia

Necton eleva projeção do dólar a R$ 6 em 2020 após anúncio do Renda Cidadã

Governo anunciou na tarde desta segunda-feira que vai enviar ao Congresso o Renda Cidadã, programa substituto do Bolsa Família, dentro da PEC Emergencial,

Dólar: para financiar o Renda Cidadã, o governo federal e os demais entes poderão usar a sobra de recursos direcionados (halduns/Getty Images)

Dólar: para financiar o Renda Cidadã, o governo federal e os demais entes poderão usar a sobra de recursos direcionados (halduns/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 08h33.

Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 08h33.

A Necton revisou sua projeção para o dólar de R$ 5,90 para R$ 6,00 no fim de 2020, após as medidas anunciadas nesta segunda-feira, 28, pelo governo para financiar o Renda Cidadã.

"Os eventos das últimas semanas, e em especial as medidas anunciadas ontem para a viabilização do Renda Cidadã, nos deixa claro que o mercado tende a ver com reiterada desconfiança as medidas do governo no campo fiscal", escreve o economista-chefe da Necton, André Perfeito, em nota.

Segundo ele, a "manobra" em relação aos precatórios e a reação do mercado de maneira geral evidenciam que o espaço fiscal se exauriu.

"Dado que o governo não pode interromper o Auxílio Emergencial sob pena de jogar a economia numa desaceleração econômica e levando em conta que não há espaço para se cortar mais gastos, uma vez que a demanda por serviços públicos irá aumentar em decorrência da crise, temos assim um impasse que não será resolvido", continua Perfeito.

"Os limites da retórica fiscalista irão se tornar evidentes já este semestre, possivelmente antes mesmo da próxima reunião do Copom", projeta o economista. "Temos assim uma sinuca de bico, que deve se traduzir em elevação da moeda norte-americana", finaliza Perfeito, dizendo que ainda não mudou a projeção para outras variáveis, mas que o fará assim que "mais evidências se acumulem".

O governo anunciou na tarde desta segunda-feira que vai enviar ao Congresso o Renda Cidadã, programa substituto do Bolsa Família, dentro da PEC Emergencial, em tramitação no Senado.

Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, o programa de renda mínima do governo respeitará o teto de gastos. “O Brasil está voltando aos trilhos e é um país sério, que respeita os limites fiscais”, disse em breve entrevista coletiva em frente ao Palácio do Planalto, após o encontro entre líderes que teve a participação do presidente Jair Bolsonaro. A reunião deve continuar nesta tarde.

Para financiar o Renda Cidadã, o governo federal e os demais entes poderão usar a sobra de recursos direcionados a quitar precatórios para patrocinar o programa de renda mínima.

Acompanhe tudo sobre:Bolsa famíliaDólareconomia-brasileira

Mais de Economia

Estamos performando melhor, diz Haddad sobre descongelamento de R$ 1,7 bi do Orçamento

Free Flow: a revolução do transporte rodoviário no Brasil

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025