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Natal impulsiona pouco a indústria

Mesmo com a proximidade das festas de fim de ano, emprego na indústria teve crescimento de apenas 0,4%

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.

O impacto do Natal na indústria brasileira deve ser tímido este ano. Pesquisa mensal realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o emprego na indústria reverteu a queda de 0,2% verificada em agosto e subiu 0,4% em setembro. O resultado, no entanto, foi avaliado como fraco pelo mercado, considerando o fato de que em setembro começam as encomendas do comércio para as vendas de final de ano.

"As empresas estão preferindo pagar horas extras aos seus funcionários a realizar novas contratações, já que assim o custo é menor", afirma o economista-chefe da consultoria Lopes Filho, Júlio Hegedus. Entre agosto e setembro, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria cresceu 0,6%. Se comparado a setembro de 2005, ao aumento foi de 0,3%.

Dos 18 setores analisados, nove aumentaram o pagamento de horas extras no mês retrasado. O setor de alimentos e bebidas, além de ter elevado em 5,6% as horas pagas, foi também o que mais contratou entre agosto e setembro - 7%. "Tanto o Natal como o verão impulsionam as vendas de comidas e bebidas. Além disso, a queda da inflação ajudou nesse resultado", diz Hegedus.

Em sentido oposto, o setor de calçados e artigos de couro continua amargando perdas. Somente em setembro, a queda foi de 13,6%. "Isso é reflexo da invasão dos produtos chineses, que está acabando com a indústria no Sul do país", afirma o economista. O câmbio em baixa incentiva as importações, ao mesmo tempo em que dificulta as exportações. Com isso, as vendas das indústrias da região Sul foram duramente impactadas, gerando forte desemprego. Este ano, as vagas nas fábricas de calçados e artigos de couro diminuíram 13,1%, contribuindo para a queda de 8,9% nos postos de trabalho no Rio Grande do Sul e de 2,7% no Paraná.

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