Economia

"Não sou propriamente romântica", diz Dilma sobre fala de Lupi

Indagada se a declaração "eu te amo" de Lupi, feita durante sessão na Câmara em novembro, havia influenciado sua decisão, Dilma disse não ser "propriamente romântica"

Dilma manteve Lupi no cargo na quinta-feira, antes de embarcar para a Venezuela (Sergio Dutti/Veja)

Dilma manteve Lupi no cargo na quinta-feira, antes de embarcar para a Venezuela (Sergio Dutti/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 19h28.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff usou de ironia nesta sexta-feira ao comentar se a declaração de "amor" do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, influenciou sua decisão de mantê-lo no cargo, mesmo diante de novas denúncias de irregularidades contra ele.

Indagada se a declaração "eu te amo" de Lupi, feita durante sessão na Câmara em novembro, havia influenciado sua decisão, Dilma disse não ser "propriamente romântica", e afirmou que suas análises são "objetivas".

"Eu tenho 63 anos de idade, uma filha com 34 anos, um neto de um ano e dois meses. Eu não sou propriamente uma adolescente e diria, também, uma romântica", disse ela a jornalistas em Caracas, segundo áudio divulgado pela assessoria da Presidência da República.

"Eu acho que a vida ensina a gente e eu acho que a gente tem que respeitar as pessoas. Mas eu faço análises muito objetivas. Qualquer situação referente ao Brasil vocês podem ter certeza que eu resolvo a partir de segunda-feira", disse.

Dilma manteve Lupi no cargo na quinta-feira, antes de embarcar para a Venezuela, onde participa da cúpula dos países da América Latina e do Caribe (Calc).

A decisão de seguir com Lupi, mesmo com recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República de exonerá-lo devido a suspeitas de desvio ético, ocorreu após publicação de nova denúncia contra o ministro.


Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Lupi teria acumulado por cinco anos dois cargos de assessor parlamentar em dois diferentes órgãos públicos - a Câmara dos Deputados, em Brasília, e a Câmara Municipal, no Rio de Janeiro.

Numa reunião com Dilma, Lupi afirmou que explicaria a nova denúncia.

A declaração "eu te amo" de Lupi à Dilma na Câmara ocorreu após o ministro ter afirmado "duvidar" que a presidente o demitiria e dizer que só deixaria o cargo se fosse "abatido à bala".

O Ministério do Trabalho e Lupi têm sido alvo de diversas denúncias, que envolvem desvios em convênios, cobranças de propina e de que o ministro teria pego "carona" em avião providenciado por um empresário e dirigente de ONG, que meses depois assinou convênios com o ministério.

Acompanhe tudo sobre:Carlos LupiGoverno DilmaMinistério do TrabalhoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs