Economia

Não se pode reajustar a gasolina na turbulência, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou que a gasolina tem tido, em média, dois reajustes por ano e normalmente acima da inflação

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2014 às 15h12.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a gasolina tem tido aumento todo ano no Brasil.

"Não é verdade que as tarifas são represadas", afirmou durante audiência pública na Câmara dos Deputados ao ser questionado sobre a entrevista concedida pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ao jornal Folha de São Paulo, na qual afirma que o governo tem segurado os preços para não pressionar a inflação.

Mantega falou que a gasolina tem tido, em média, dois reajustes por ano e normalmente acima da inflação.

Ele argumentou que alinhar os preços do combustível ao preço internacional não é simplesmente fazer uma correção pela inflação.

Disse que em momentos de desvalorização cambial fica difícil fazer o alinhamento do preço doméstico com o internacional.

Segundo ele, no reajuste dos preços da gasolina em abril de 2013 houve um alinhamento com os valores internacionais.

No entanto, a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no mês seguinte de reduzir a política de estímulos monetários causou nova turbulência, com reflexo na taxa de câmbio, desalinhando os preços.

"Não é recomendável que se faça um reajuste tempestivamente. É preciso esperar passar a turbulência e depois fazer o realinhamento de preços", afirmou.

Segundo ele, esse realinhamento dos preços domésticos com o internacional está sendo buscado. Mantega, no entanto, disse que não anuncia reajuste no preço da gasolina porque mexe com o mercado.

Ele também afirmou que os preços administrados têm sido reajustados, como de remédios e tarifas para o prêmio lotérico.

"O preço de energia subiu. Foi feito o reajuste. Onde está o represamento dos preços? Estamos reajustando preço da energia, sim", afirmou. Mantega disse que não ter lido a entrevista de Mercadante ainda.

Ainda com relação ao reajuste no preço da gasolina, o ministro concluiu dizendo que se ficasse falando sobre o assunto "poderia ser incomodado pela CVM. Eu poderia ser arguido se estaria influenciando o mercado", afirmou.

Mantega disse que reajuste dos combustíveis não se discute, se anuncia quando tem o preço. "Se vai ter um dia? Com certeza, mas não sei o dia e nem quanto", afirmou diante da insistência do deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisGasolinaGuido MantegaInflaçãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosReajustes de preçosSalários

Mais de Economia

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto