Economia

Não recuaremos em mudanças nos cartões de crédito, diz Meirelles

A diminuição de 30 para dois dias no prazo repasse aos lojistas depende apenas do Conselho Monetário Nacional para ser fixada

Meirelles: o ministro da Fazenda disse que o objetivo principal da medida é aprimorar o sistema de pagamentos do cartão de crédito (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

Meirelles: o ministro da Fazenda disse que o objetivo principal da medida é aprimorar o sistema de pagamentos do cartão de crédito (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 12h44.

A equipe econômica não recuou em relação a mudanças no sistema de pagamento de cartões de crédito, disse há pouco o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em café da manhã com jornalistas, ele assegurou que nada mudou no cronograma anunciado pelo governo na semana passada.

De acordo com o ministro, a diminuição de 30 para dois dias no prazo em que as administradoras de cartões de crédito repassam o valor das compras aos lojistas depende apenas de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) para ser fixada.

Segundo Meirelles, o governo espera que os bancos baixem os juros de forma voluntária nos próximos 30 dias. Caso a redução não ocorra, a equipe econômica mudará o prazo, na reunião de janeiro do conselho.

"O cronograma continua rigorosamente. As medidas serão tomadas de uma forma ou de outra. O importante é que o custo para o consumidor seja menor. Existe um instrumento do CMN para encurtar o prazo [de pagamento ao lojista]. Os bancos definem os juros. Vamos observar a queda. Se não houver queda, diminuímos o prazo", declarou Meirelles.

Na semana passada, ao anunciar o pacote de medidas microeconômicas no Palácio do Planalto, o ministro tinha dito que a definição sairia em dez dias.

No café da manhã de hoje, ele esclareceu que se referia apenas à direção que o governo pretende tomar - diminuição voluntária dos juros ou diminuição do prazo - ao informar o prazo de dez dias.

"Na reunião de hoje [do CMN], esse tema não será discutido. Se os bancos não começarem a baixar voluntariamente os juros, o CMN toma a decisão na reunião de janeiro", acrescentou.

O ministro disse não acreditar que as administradoras de cartões aumentem os juros em represália a uma eventual diminuição do prazo sem acordo com os bancos.

"Acho pouco provável que o sistema financeiro adote qualquer represália contra o CMN e o Ministério da Fazenda. Existe um processo normativo dentro do poder de cada um", afirmou.

Segundo Meirelles, o governo está tomando uma série de medidas, não apenas relativas aos cartões de crédito, para que os bancos reduzam os juros.

Ele disse que o objetivo principal da medida é aprimorar o sistema de pagamentos do cartão de crédito.

"Estamos aperfeiçoando estrutura de funcionamento do cartão de crédito. Estamos tomando uma série de medidas que permitam os bancos a baixar os juros e a reduzir o custo do sistema financeiro."

Acompanhe tudo sobre:Cartões de créditoGoverno TemerHenrique MeirellesNubank

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês