Economia

Não precisamos mudar meta de inflação, diz presidente do BC

Ilan reiterou que a meta é ambiciosa, mas pode ser cumprida, chamando a atenção para a recente redução nas expectativas para a alta de preços na economia


	BC: Ilan reiterou que a meta é ambiciosa, mas pode ser cumprida, chamando a atenção para a recente redução nas expectativas para a alta de preços na economia
 (Lula Marques/Bloomberg)

BC: Ilan reiterou que a meta é ambiciosa, mas pode ser cumprida, chamando a atenção para a recente redução nas expectativas para a alta de preços na economia (Lula Marques/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2016 às 14h33.

Buenos Aires - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira, 20, à tarde, em Buenos Aires, que a meta de inflaçãobrasileira, de 4,5%, é ambiciosa, mas realista.

Ele ressaltou que há um debate mundial sobre o número adequado. "Nas economias avançadas se discute se a meta não deveria ser de 3% ou 4%", afirmou.

Goldfajn salientou que o mais importante é não colocar uma meta ousada que não possa ser alcançada, porque isso mina a credibilidade dos BCs.

"Metas audazes não são eficientes se ninguém acreditar", reforçou. Goldfajn comparou o desafio ao de uma dieta, quando o adequado é fazer passos pequenos.

Ele acredita que os países emergentes têm à sua disposição uma janela de oportunidade, em função da abundância de liquidez.

"Não parece provável que isso dure muito tempo. As economias avançadas voltarão ao normal. É uma janela de oportunidade para arrumar nossas economias", disse, completando que a normalização das condições monetárias globais não deve ser interpretada como uma má notícia.

Ele brincou que em economias emergentes "já pensamos em tudo, pois já tentamos tudo".

Depois de prever que o ano termine com um índice de inflação de 7,3%, Goldfajn apresentou um panorama doméstico. Afirmou que o efeito da baixa no preço das commodities foi ampliado por políticas internas no Brasil.

Citou o aumento indiscriminado dos gastos públicos, intervenção de preços (a inflação dos preços regulados em 2015 foi de 18%, disse) e excesso de intervenção na economia como fatores que contribuíram para a recessão.

"O mais importante do que está fazendo o governo é o teto de gastos", disse. Ele acrescentou como passos importantes para que essa primeira etapa funcione a reforma trabalhista, o aumento do investimento em infraestrutura e a privatização de vários ativos.

O economista falou nas Jornadas Monetárias e Bancárias, congresso organizado pelo BC argentino, em um painel ao lado de presidentes dos BCs de Chile e Argentina.

A apresentação foi mediada por Armínio Fraga, ex-presidente do BC, que disse ter trabalhado com Goldfajn e estava feliz pela posição à qual o colega chegou.

Goldfajn arrancou risos da plateia ao brincar que gostaria mesmo é de estar na posição de Armínio. "Há um longo caminho, mas pelo menos agora estamos na direção correta", afirmou.

*Atualizada às 14h33

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralInflaçãoMercado financeiro

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE