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Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2010 às 14h24.
São Paulo - Em relatório distribuído nesta sexta-feira, o estrategista-chefe global para o mercado de ações do BofA Merrill Lynch, Michael Hartnett, deu uma explicação bastante simples e direta de como os juros americanos influenciam os ganhos nas bolsas de mercados emergentes.
Segundo ele, é hora de começar a comprar ações nesses mercados quando houver a penúltima redução de um ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve (o Banco Central dos EUA). Já quando houver a penúltima elevação dos juros, é hora de começar a vendê-las.
"Alguém uma vez disse: 'Há dois tipos de estrategistas de investimento para os mercados emergentes: aqueles que seguem os modelos de liquidez do Federal Reserve e aqueles que aderem a um modelo próprio. É mais divertido ouvir aqueles que seguem modelos próprios, mas seguir a cartilha do Fed fará você ganhar mais dinheiro.'"
É lógico que não é possível prever com 100% de segurança quando será a penúltima elevação dos juros no ciclo que deve ser, segundo analistas de mercado, iniciado em 2010 ou 2011. No entanto, tentar colocá-la em prática já é sinal de sabedoria, já que aqueles que acertaram os pontos de entrada e saída obtiveram um retorno anual de 37% desde o final da década de 80, contra um ganho médio de 11% ao ano dos mercados emergentes como um todo.
Como os juros devem continuar baixos durante vários meses, a conclusão de Harnett é que é hora de manter os investimentos nos mercados emergentes e "não lutar contra o Fed".
China
Um dos mercados emergentes em franca expansão, a China tem gerado temores juntos aos investidores devido a uma série de medida para esfriar a economia. Entre elas, está o recente anúncio de elevação do compulsório para os bancos.
Harnett admite que medidas como essa costumam assustar os investidores. Ele diz, no entanto, que o mercado só deve se preocupar quando esse tipo de política tiver o efeito real de reduzir o crescimento do PIB chinês. Caso contrário, será apenas uma boa oportunidade de compra de ações.