Economia

Não haverá pressão da minha parte, diz Haddad sobre taxa de juro

Para o ministro, nova regra fiscal e reforma tributária podem melhorar o ambiente econômico no país

SAO PAULO, BRAZIL - OCTOBER 28: Presidential Candidate for Workers Party Fernando Haddad speaks to the press after voting on October 28, 2018 in Sao Paulo, Brazil. (Photo by Victor Moriyama/Getty Images) (Victor Moriyama/Getty Images)

SAO PAULO, BRAZIL - OCTOBER 28: Presidential Candidate for Workers Party Fernando Haddad speaks to the press after voting on October 28, 2018 in Sao Paulo, Brazil. (Photo by Victor Moriyama/Getty Images) (Victor Moriyama/Getty Images)

Izael Pereira
Izael Pereira

Reporter colaborador, em Brasília

Publicado em 4 de maio de 2023 às 15h47.

Última atualização em 4 de maio de 2023 às 16h00.

Um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manter a taxa básica de juro, a Selic, em 13,75% ao ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 4, que a decisão o deixou “bastante preocupado”. Contudo, o ministro disse que não fará pressão sobre o BC para que haja uma redução da taxa.

“Eu fiquei bastante preocupado com a decisão de ontem do nosso Copom de manter pela terceira vez a maior taxa de juro do mundo, numa economia que tem hoje uma das mais baixas taxas de inflação, sobretudo projetada no tempo”, disse durante a primeira reunião do “Conselhão” da Presidência da República que aconteceu nesta quinta-feira, no palácio do Itamaraty em Brasília.

Leia mais: Brasil tem maior juro real do mundo. O que isso significa na prática?

O ministro afirmou, no entanto, que o governo continuará tentando “perseverar” em harmonizar a política monetária, assim como continuar dialogando com o Banco Central e com a sociedade “porque nós percebemos que esse é um tema muito importante e que não se opõe, como muitos pensam, do político ao técnico. Todo mundo é capaz de entender argumentos econômicos quando eles são bem explicados”, defendeu

“Portanto, jamais vai haver da minha parte qualquer tipo de pressão política, no sentido pejorativo do termo, sobre um órgão público que tenha legitimidade, mesma legitimidade que eu tenho ao ser designado pelo presidente da República", afirmou. "Então, total compromisso e clareza disso, mas é um tema que, sim, importa para política fiscal, para o planejamento de longo prazo, para a reindustrialização do País, da tomada de decisão dos empresários."

Interesse no Brasil, segundo Haddad

Segundo o ministro, "estão todos desejosos de vir ao Brasil”, referindo-se à viagem que fez à China com o presidente Lula e as empresas demonstraram interesse em fazer investimentos no Brasil.

Haddad também disse que a questão tributária no Brasil é um dos mais graves problemas que o país enfrenta.

“Nós temos uma tarefa enorme que é colocar de uma vez por todas na agenda do país, que é a votação da reforma tributária [...] que irá garantir um ambiente econômico favorável para os investidores, para os bons empresários, os trabalhadores capazes de produzir da forma mais eficiente possível", afirmou o titular da Fazenda.

Aliando a isso, ele defendeu que o novo arcabouço fiscal, proposto pelo governo, “demonstra quais são nossas vantagens competitivas, porque [também estamos] arrumando a casa, do ponto de vista fiscal”, disse. “Oxalá nossa pedra no caminho [Selic] também seja removida [com a reforma tributária]”, disse.

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