Economia

“Não acredito em dominância fiscal e política monetária fará efeito sobre a inflação”, diz Haddad

Ministro da Fazenda ainda afirmou que está preocupado com a dívida pública, mas ponderou que as projeções do mercado para o resultado primário não tem se concretizado

Fernando Haddad, da Fazenda: governo pode elevar alíquotas de JCP e CSSL caso compensações da reoneração não sejam suficientes (Hollie Adams/Getty Images)

Fernando Haddad, da Fazenda: governo pode elevar alíquotas de JCP e CSSL caso compensações da reoneração não sejam suficientes (Hollie Adams/Getty Images)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 16h20.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 17, que não acredita em dominância fiscal no Brasil e que a política monetária, com a alta de juros, terá efeito sobre a inflação.

"Eu não acredito em dominância fiscal. Acredito a que a política monetária vai fazer efeito sobre a inflação. Vamos ver nos próximos capítulos dessa novela se política monetária autônoma do Banco Central vai ser efetiva, como eu acredito que será”, disse, em entrevista à CNN Brasil.

A dominância fiscal ocorre quando a política monetária perde efeito para conter a inflação, diante da piora significativa das finanças públicas, com aumento dos gastos e da dívida pública.

Com isso, os juros aumentam o endividamento público, o que piora a percepção de solvência e pressiona o valor do dólar — e há um efeito-cascata sobre preços.

Preocupação com a dívida pública

Haddad também afirmou que está preocupado com a trajetória da dívida pública, mas ponderou que as projeções do mercado para o resultado fiscal e para o crescimento econômico não tem se concretizado.

“O crescimento projetado no começo do governo era de 0,8% e de 1,2%. Crescemos 3,2% e provavelmente 3,5%, quase 7% contra uma projeção de 2%. O déficit previsto era de 0,8% em 2024 e foi de 0,1%”, disse.

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