Economia

Nafta: México e Canadá de um lado vs Trump e o Twitter de outro

ÀS SETE - Os países argumentam sobre a importância de manutenção do acordo, mas o presidente dos EUA segue com as ameaças de cancelá-lo no Twitter

Nafta: o acordo engloba 1,2 trilhão de dólares em trocas anuais (Jonathan Ernst/Reuters)

Nafta: o acordo engloba 1,2 trilhão de dólares em trocas anuais (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2018 às 07h03.

Última atualização em 24 de abril de 2018 às 07h24.

Ministros de Canadá, Estados Unidos e México voltam a discutir as mudanças no Tratado Comercial da América do Norte (Nafta) nesta terça-feira sob forte pressão.

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Espera-se que os países cheguem a um novo acordo dentro das próximas semanas, depois de terem avançado nas conversas nos últimos meses.

A reunião foi interrompida durante o final de semana para discussões entre as equipes técnicas de cada um dos países, que ainda têm pela frente uma série de exigências dos Estados Unidos, o maior interessado na revisão do acordo.

Canadá e México afirmaram que estão otimistas depois de uma reunião com o representante americano Robert Lighthizer na semana passada. O ministro da Fazenda do México, Ildefonso Guajardo, chegou a afirmar que sua equipe estava “praticamente morando em Washington”.

A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, afirmou que as negociações fizeram um bom progresso em relação às regras para carros dentro do mercado comum — uma das principais reclamações dos Estados Unidos — e que este tema deve estar no centro de um acordo do Nafta atualizado.

“Nós certamente estamos em um período de negociação mais intenso e estamos fazendo bons progressos”, disse Freeland a repórteres.

Há meses Canadá e México argumentam com os Estados Unidos sobre a importância de manutenção do Nafta. Durante o período, não foram poucas as ameaças do presidente Donald Trump de que o acordo, que engloba 1,2 trilhão de dólares em trocas anuais, seria cancelado.

Com as tarifas extras que Trump impôs sobre importados de aço e sobre a China, a pressão aumentou em torno de uma resolução para o Nafta.

Com eleições presidenciais no México marcadas para julho, o acordo precisa ser revisado com celeridade, antes que o governo de Enrique Peña Nieto seja trocado — e seus negociadores também.

Mas, com Trump na jogada, a certeza é algo que não está sobre a mesa de negociações. Nesta segunda ele afirmou que ele poderia usar o controle de imigração no México como um dos pontos necessários à assinatura do novo acordo.

“O México precisa parar as pessoas vindas de seu país para os Estados Unidos. Isso pode ser uma condição para o novo acordo do Nafta. Nosso país não pode aceitar o que está acontecendo”, escreveu Trump em seu Twitter.

O México já tenta construir planos B. Durante o final de semana, o país fechou definiu pela atualização de um acordo comercial que já dura 17 anos com a União Europeia.

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